
Perceber vultos rapidamente em determinados momentos é uma experiência comum para muitas pessoas, especialmente em ambientes com pouca luz ou quando se está cansado. Estudos neurológicos recentes explicam que a identificação de figuras ou sombras rápidas no campo de visão está principalmente ligada ao funcionamento do nosso sistema visual e à interpretação de estímulos visuais ambíguos pelo cérebro.
Como a visão periférica interfere na percepção de vultos?
Nossa visão periférica desempenha um papel fundamental na percepção de vultos. As células sensoriais nas bordas da retina captam movimentos e sinais visuais menos nítidos, levando o cérebro a montar imagens com informações limitadas.
Esse processo pode provocar a sensação momentânea de ver vultos ou “sombras” transitando rapidamente, pois o cérebro busca completar o quadro visual mesmo em condições de baixa nitidez.
Por que percebemos vultos de forma rápida?
O fenômeno de perceber vultos rapidamente está relacionado ao processamento acelerado de dados visuais pelo cérebro. O córtex visual nem sempre recebe dados detalhados das laterais do campo de visão e pode preencher essas lacunas com imagens aproximadas.
Essa resposta rápida tem raízes evolutivas, pois a visão periférica foi adaptada para detectar movimentos repentinos, funcionando como um mecanismo de alerta e sobrevivência a possíveis ameaças.

Quais fatores aumentam a frequência de ver vultos?
Diversos elementos podem elevar a frequência dessa percepção visual. Estudos em neurologia investigam os principais motivos que tornam algumas pessoas mais propensas a ver vultos em seu cotidiano.
Abaixo estão fatores que favorecem o surgimento dessa experiência:
- Cansaço ocular – a fadiga dos músculos oculares pode prejudicar o processamento visual;
- Falta de sono – noites mal dormidas reduzem a clareza das informações sensoriais captadas;
- Estresse – estados de alerta intenso podem sensibilizar o cérebro para captar sinais ambíguos;
- Exposição prolongada a telas – sobrecarrega o sistema visual e pode aumentar erros de interpretação;
- Ambientes com pouca luz – favorecem o surgimento de sombras e formas pouco definidas.
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Quais condições neurológicas podem causar a percepção frequente?
Ver vultos recorrentes pode estar associado a doenças neurológicas específicas, especialmente quando o sintoma é acompanhado por outros sinais, como dores de cabeça ou alterações comportamentais.
Entre as condições mais relevantes, destacam-se:
- Enxaqueca com aura visual, caracterizada por alterações transitórias na percepção visual;
- Distúrbios do sono, como insônia ou apneia, que afetam o sistema nervoso central;
- Epilepsia visual, causada por descargas elétricas anormais nas áreas visuais do cérebro;
- Doença de Parkinson e Alzheimer, que em estágios avançados podem causar alucinações visuais;
- Desprendimento do vítreo ou retina, alterações oculares que afetam a entrada de luz.
Quando é necessário buscar orientação médica?
A maioria dos episódios de percepção rápida de vultos é considerada normal, principalmente em situações de cansaço, estresse ou ambientes de baixa luminosidade. Entretanto, a frequência e o contexto dos episódios devem ser observados com atenção.
Em casos constantes ou associados a outros sintomas neurológicos, é fundamental procurar avaliação médica para investigação detalhada e orientações sobre prevenção e tratamento, garantindo o cuidado adequado com a saúde visual e neurológica.