
Os roncos costumam aparecer de forma silenciosa na rotina de um casal e, com o tempo, viram motivo de discussão, noites mal dormidas e visitas ao médico. Em muitos casos, a pessoa que ronca nem percebe o que acontece durante a madrugada, mas quem divide o quarto sente na prática o impacto do barulho e das pausas na respiração.
O que é o ronco e por que ele acontece
O ronco é um ruído produzido quando o fluxo de ar encontra estreitamentos no trajeto entre o nariz e os pulmões. Durante o sono, os músculos ficam mais relaxados e certas regiões podem “fechar” parcialmente, fazendo o ar passar com mais força e vibrar tecidos da garganta, do palato mole (céu da boca), da língua ou das paredes da faringe.
Na maior parte dos casos, o problema está ligado a fatores como respiração bucal, congestão nasal frequente, mandíbula retraída, língua volumosa ou pouco tonificada e flacidez muscular na garganta. Em situações mais graves, o ronco pode estar associado à apneia do sono, quando a respiração para por alguns segundos repetidas vezes, exigindo avaliação médica especializada.

Como a respiração nasal influencia o ronco
A palavra-chave para entender grande parte dos roncos é a respiração nasal. Quando o nariz está livre, o ar entra com menos turbulência e segue um caminho mais estável até os pulmões; já com obstruções, como rinite alérgica, pólipos nasais ou desvio de septo, a tendência é respirar pela boca, aumentando o atrito e os ruídos noturnos.
Para aliviar esse cenário e favorecer a passagem do ar, especialistas costumam indicar algumas medidas práticas e de baixo custo, que podem ser combinadas conforme a orientação de um profissional de saúde. Essas ações não substituem tratamento médico, mas funcionam como estratégias de suporte diário:
- Higiene nasal com solução salina: ajuda a remover secreções e alérgenos, facilitando a passagem do ar.
- Sprays à base de soro: mantêm a mucosa hidratada e podem reduzir a sensação de nariz entupido.
- Tiras nasais e dilatadores: ampliam mecanicamente a abertura das narinas, estimulando a respiração pelo nariz, especialmente à noite.
Quando há alterações estruturais importantes, como pólipos grandes ou desvio de septo acentuado, a orientação é buscar avaliação com otorrinolaringologista. Em alguns casos, podem ser necessários tratamentos específicos, incluindo medicamentos, imunoterapia para alergias ou até cirurgia para restaurar o fluxo adequado de ar.
Quais exercícios podem ajudar a reduzir o ronco
Em muitos casos, o ronco está relacionado à posição da língua, da mandíbula e ao tônus dos músculos da boca e da garganta. A chamada “terapia miofuncional orofacial” trabalha essa musculatura de forma direcionada, com exercícios simples que podem ser feitos em casa após orientação de fonoaudiólogo ou dentista do sono.

Esses exercícios não substituem acompanhamento médico em casos de roncos intensos ou suspeita de apneia, mas podem ser aliados quando praticados com regularidade. Estudos mostram que, em alguns pacientes, a prática diária por algumas semanas já reduz a intensidade do ronco, melhora a qualidade do sono e aumenta a disposição durante o dia.
Dormir de lado realmente ajuda a parar de roncar
A posição em que a pessoa dorme tem relação direta com o ronco. Ao deitar de barriga para cima, a gravidade favorece o deslocamento da língua e da mandíbula para trás, estreitando a passagem do ar na garganta, especialmente em quem tem mandíbula inferior retraída ou língua volumosa.
Por isso, dormir de lado é uma recomendação frequente para quem sofre com o problema, pois reduz o “colapso” das estruturas da via aérea e pode diminuir o barulho. Algumas medidas posturais e de estilo de vida ajudam a potencializar esse efeito e a tornar a noite mais estável:
- Manter travesseiro em altura adequada para alinhar cabeça e pescoço.
- Evitar álcool próximo da hora de dormir, reduzindo o relaxamento excessivo da musculatura.
- Controlar o peso corporal, já que o excesso de gordura na região cervical aumenta a compressão das vias aéreas.
Para aprofundar no tema do assunto, selecionamos um vídeo do canal Cardio DF , onde o Dr. André Wambier mostra 7 dicas para acabar com o ronco:
Algumas pessoas recorrem a travesseiros anatômicos, rolos laterais ou até roupas com enchimentos nas costas para evitar que o corpo volte à posição de barriga para cima. Em quadros moderados a graves, o médico do sono pode indicar dispositivos orais de avanço mandibular ou aparelhos de pressão positiva contínua (CPAP) para manter a via aérea aberta.