Neurociência revela o que realmente acontece quando ouvimos música
A música afeta diversas áreas do cérebro | Créditos: depositphotos.com / ArturVerkhovetskiy

A música vai muito além de entretenimento: ela é capaz de mexer com o cérebro, o corpo e as emoções de maneira profunda. Conectar som e sensação revela como somos afetados por melodias, ritmos e harmonias.

Quais áreas do cérebro são ativadas pela música?

Segundo estudo divulgado no Jornal da USP, a música ativa várias áreas do cérebro simultaneamente, como os lobos frontal, parietal, occipital e temporal, além de múltiplos córtices — auditivo, visual e motor.

Por exemplo, o cerebelo está envolvido na percepção do ritmo e tempo; a amígdala, o córtex orbitofrontal e o cingulado anterior entram em cena no processamento emocional; e o hipocampo auxilia na memória.

Por que a música provoca emoção, memória e movimento?

Quando ouvimos música, o corpo responde com mudanças fisiológicas: frequência cardíaca, respiração e até liberação de hormônios se alteram. Isso ocorre porque estruturas nervosas ligadas à cognição e ao afeto se conectam com estímulos sonoros.

Além disso, a música pode evocar lembranças profundas — seja uma canção infantil, um refrão da juventude ou um tema que marcou determinado momento. Essa interação entre som, memória e emoção ajuda a explicar por que sentimos tanto ao ouvir certas músicas.

Neurociência revela o que realmente acontece quando ouvimos música
A música provoca emoção, memória e movimento | Créditos: depositphotos.com / IgorTishenko

Como a cultura e o contexto influenciam a resposta musical

Não existe música universal que provoque o mesmo efeito em todas as pessoas. Os efeitos variam conforme o contexto cultural, as preferências pessoais e até o ambiente em que a música é ouvida.

Ou seja, uma melodia calma para alguém pode ser entediante ou até irritante para outra pessoa — as reações são moldadas pela história, cultura e experiências individuais.

De que formas a música pode beneficiar o bem-estar humano

Os usos terapêuticos da música já são estudados para auxiliar em diversas situações: alívio de ansiedade, estímulo cognitivo, recuperação motora e melhora do humor. Segundo o Jornal da USP, a música tem potencial para atuar como ferramenta de cuidado, e não apenas como entretenimento.

  • Estimula memória e aprendizado em diferentes idades.
  • Ajuda a regular emoções e reduz o estresse.
  • Contribui para movimentos corporais coordenados ao ritmo.
  • Fortalece vínculos sociais e identitários através de experiências compartilhadas.

Com essa combinação única de efeitos, a música se mostra uma poderosa aliada do cérebro e da vida humana — capaz de transformar silêncio em som, som em emoção e emoção em bem-estar.