Modelo Plus Size chama atenção para um mercado competitivo, porém, ainda com muito preconceito
Moda para todos os tamanhos! Esse é o mundo que a modelo Plus Size Taiany Borges deseja. A jovem de 26 anos, estudante de Artes na Universidade Federal Fluminense – UFF faz de tudo um pouco: fez engenharia química por quatro anos e meio, trabalha com customização de móveis, projetos e objetos de decoração e encadernação, possui um atelier na sua casa, é vegetariana há seis anos e administra isso tudo sozinha.
Sua carreira de modelo surgiu em 2012 e de maneira inusitada. Seus pais sempre fizeram muita pressão para ela emagrecer (época que desenvolveu bulimia), diziam que ela tinha o rosto muito bonito e que estavam preocupados com sua saúde (apesar de sempre estar tudo certo com ela).
“Certo dia uma modelo Plus saiu na capa da Revista Veja e meu pai entrou no meu quarto dizendo que já que eu estava feliz com meu peso e que eu era linda e fotogênica, porque não virar modelo Plus Size? Foi quando eu comecei a pesquisar e percebi que na época era um mercado muito pequeno ainda, pouco vislumbrado e, me inscrevi numa seleção com o incentivo de uma amiga. Fui aprovada!”, conta.
A jovem se tornou modelo Plus Size e ressalta que trabalhar com moda para ela é lutar contra a indústria da beleza que tenta padronizar todas as mulheres dizendo que para ser bonita têm que ser magra.
“Amo moda, fotografar e tudo que envolve o trabalho de modelo, mas para mim a moda vai além. Gosto de inspirar mulheres a se amarem e se sentirem lindas como são, independente do seu peso. Poder vestir o que quiser, ser como quiserem. Mulheres que de alguma forma se identificam comigo, com minha luta e meus pensamentos. Acabo percebendo uma aproximação maior de mulheres gordas, mas não só”, diz.
Taiany se destaca na versatilidade. Passeia pelo mundo dos ensaios sensuais, divertidos e sérios, além disso, estudou teatro e sabe atuar. Atualmente suas inspirações são as modelos Ashley Graham, Tara Lyn, Fluvia Lacerda e Candice Huffine.
“Os padrões da moda mudaram um pouco, mas ainda existe muito preconceito. Acredito que estamos no caminho. Atualmente já conseguimos nos vestir com mais personalidade e achamos peças mais sensuais e ousadas. Mas ainda há um longo caminho pela frente. O crescimento pessoal e como modelo foi grande até aqui. Estou mais confiante e segura da minha capacidade. O mercado plus size é muito fechado e isso precisa mudar!”, destaca.
Foto Capa: @grfotodesign