
Uma das previsões mais famosas de Stephen Hawking sobre buracos negros foi finalmente comprovada, cinco décadas após ter sido formulada. A confirmação veio da colaboração internacional LIGO-Virgo-KAGRA, ligada ao Caltech, marcando um avanço histórico para a física moderna.
O que diz o teorema da área
Em 1971, Hawking propôs que a área do horizonte de eventos de um buraco negro — a fronteira da qual nem a luz escapa — nunca diminui, apenas aumenta. Essa ideia, conhecida como “teorema da área”, acaba de ser validada.
A comprovação foi possível graças à observação do evento gravitacional GW250114 em 2025: a fusão de dois buracos negros gigantes, cada um com 30 a 35 massas solares, localizada a mais de um bilhão de anos-luz. O resultado foi um único buraco negro com 63 massas solares, girando a cerca de 100 rotações por segundo.

Resultados e relevância
Os detectores modernos permitiram medir com precisão sem precedentes a área e rotação dos buracos negros antes e depois da fusão. Os cálculos mostraram que a área final era maior que a soma das áreas originais, exatamente como Hawking previu.
O resultado alcançou um nível de confiança de 99,999%, tornando-se a evidência mais sólida já obtida para o teorema. Kip Thorne, físico e colaborador de Hawking, destacou que o cientista teria ficado encantado em ver sua teoria confirmada.
Impactos para a ciência
Essa comprovação reforça a conexão entre relatividade geral e mecânica quântica, além de consolidar a astronomia de ondas gravitacionais como uma ferramenta indispensável para estudar o universo.
Desde 2015, já foram detectados cerca de 300 eventos de fusão de buracos negros, e hoje um novo registro ocorre a cada três dias, mostrando o avanço acelerado da área. Essa conquista não apenas valida Hawking, mas abre caminho para novos testes sobre os mistérios cósmicos.