Pessoas bebendo refrigerante - Créditos: depositphotos.com / AllaSerebrina
Pessoas bebendo refrigerante - Créditos: depositphotos.com / AllaSerebrina

O mercado de bebidas brasileiro se prepara para um movimento nostálgico com o anunciado retorno do refrigerante Crush. A marca, um ícone de consumo nas décadas de 1980 e 1990, está programada para retornar às prateleiras após um hiato de aproximadamente 25 anos.

Este relançamento explora a memória afetiva de consumidores que cresceram com o sabor clássico de laranja, mas também busca conquistar um novo público ao introduzir novidades, como o sabor uva.

O que é o refrigerante Crush para os brasileiros?

Para quem viveu as décadas de 80 e 90, o nome Crush evoca uma memória sensorial imediata. A marca não era apenas mais uma opção de refrigerante; ela foi, por muito tempo, a principal concorrente da Fanta no segmento de bebidas sabor laranja. Sua popularidade estava ligada a um sabor considerado menos artificial por muitos, e sua presença era garantida em festas de aniversário e tardes de domingo.

O refrigerante Crush se destacava também por seu modelo de produção. Antes da consolidação das grandes marcas globais, a Crush era fabricada e engarrafada por diversas empresas regionais licenciadas no Brasil, como a Golé (Uberaba/MG) e a Pakera (Magé/RJ), o que garantia uma capilaridade nacional e fortalecia sua identidade local. O desaparecimento da marca no final dos anos 90 deixou um vácuo no mercado e solidificou seu status de ícone nostálgico.

Como foi a trajetória da concorrência à aquisição?

A história do Crush é mais complexa do que muitos imaginam. Criada nos Estados Unidos em 1911 pelo químico Neil C. Ward, a bebida originalmente utilizava óleos da casca da laranja. No Brasil, ela se popularizou e manteve uma rivalidade direta com a Fanta, pertencente à The Coca-Cola Company. O cenário mudou drasticamente nos anos 90, quando as licenças de produção no Brasil não foram renovadas, levando ao seu gradual desaparecimento.

Globalmente, a marca passou por diversas mãos. Em 2010, a Coca-Cola adquiriu a licença da marca no Brasil e chegou a realizar um lançamento limitado e regional no Ceará (Crush Cajuína), que não teve continuidade nacional. Atualmente, a marca Crush em nível global pertence ao portfólio da Keurig Dr Pepper, mas é licenciada para diferentes engarrafadoras em diversos mercados. Segundo reportagens, o retorno atual ao Brasil está sendo operado pela Coca-Cola Femsa Brasil, a maior engarrafadora de produtos Coca-Cola no mundo em volume.

Quais as novidades do Crush em 2025?

O relançamento não se trata apenas de trazer de volta o sabor clássico de laranja. A estratégia da Coca-Cola Femsa Brasil, conforme divulgado, visa modernizar a marca e atrair novos consumidores. Para isso, o retorno inclui uma novidade significativa no portfólio.

Refrigerantes produzidos em fábrica – Créditos: depositphotos.com / Yakov_Oskanov

As principais características deste relançamento incluem:

  • Sabores Disponíveis: O icônico sabor Laranja está confirmado, acompanhado pelo lançamento do novo sabor Uva.
  • Formatos: A bebida será comercializada em formatos estratégicos para diferentes ocasiões de consumo, incluindo a garrafa PET de 2 litros (focada no consumo familiar) e a lata de 350ml (para consumo individual).
  • Disponibilidade Inicial: O retorno será gradual. Os primeiros estados a receberem o produto são São Paulo, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul, com expansão prevista para outras regiões posteriormente.

O refrigerante Crush ainda existe?

Sim, e essa é uma dúvida comum. Embora tenha desaparecido do Brasil por mais de duas décadas (com exceção de lançamentos regionais muito limitados), o refrigerante Crush nunca deixou de existir globalmente. A marca é muito forte em outros países, como Estados Unidos e Canadá, onde é comercializada pela Keurig Dr Pepper em uma vasta gama de sabores, incluindo pêssego, morango, abacaxi e cereja.

No Brasil, antes deste relançamento oficial, o produto só podia ser encontrado em lojas especializadas em produtos importados, geralmente a preços elevados e vendidos como item de colecionador ou curiosidade. O retorno de 2024/2025 marca a volta da produção nacional e distribuição em larga escala, tornando o produto novamente acessível ao grande público brasileiro.