
Pesquisas recentes com o Telescópio Espacial James Webb mostraram indícios de que TRAPPIST-1e, um planeta rochoso situado a cerca de 40 anos-luz da Terra, pode possuir uma atmosfera que permita existência de água líquida. Esse tipo de descoberta acende esperanças na busca por mundos habitáveis fora do nosso sistema solar.
O que se sabe sobre TRAPPIST-1e até agora
TRAPPIST-1e orbita uma estrela anã vermelha com sete planetas rochosos no total, alguns deles localizados dentro da chamada “zona habitável”. Essa é uma região onde as temperaturas permitem água em estado líquido, se houver atmosfera adequada.
Observações detectaram sinais que descartam uma atmosfera rica em hidrogênio-hélio. Isso aponta para a possibilidade de uma atmosfera secundária mais espessa, talvez composta por nitrogênio e outros gases que conseguem sustentar condições mais estáveis.
Desafios para confirmar atmosfera e habitabilidade
Mesmo com os indícios, ainda não há confirmação definitiva da presença de atmosfera em TRAPPIST-1e. São necessárias observações adicionais para descartar cenários alternativos, como superfícies áridas ou atmosferas extremamente finas.
Outra questão é a atividade da estrela hospedeira: anãs vermelhas tendem a emitir radiação intensa, erupções solares e ventos estelares que podem “queimar” ou dispersar atmosferas frágeis, especialmente as mais leves. Se TRAPPIST-1e tiver uma atmosfera, ela precisa resistir a essas agressões.

Por que isso é importante para a ciência
- Rumo à habitabilidade real: detectar atmosfera secundária é um passo-chave para saber se há condições para vida, como água líquida ou temperatura moderada.
- Composição atmosférica: entender se há nitrogênio, dióxido de carbono, metano ou outros gases ajuda a comparar com a Terra ou outros planetas que conhecemos.
- Modelos de formação planetária: como TRAPPIST-1e mantém ou perde atmosfera revela muito sobre evolução dos exoplanetas em torno de estrelas pequenas e ativas.
- Busca por vida: se existir atmosfera adequada, a água líquida pode estar presente na superfície, um requisito essencial para organismos como os que conhecemos.
Em resumo, TRAPPIST-1e representa um dos candidatos mais promissores fora do nosso sistema solar para abrigar condições semelhantes às do planeta Terra. Ainda há muito a confirmar, mas cada nova observação do Webb nos aproxima de entender quão comuns são mundos potencialmente habitáveis no universo.