
As plantas são frequentemente vistas como organismos silenciosos e imóveis, mas pesquisas recentes estão revelando uma realidade admirável: diversas espécies utilizam sinais para interagir com o meio e até entre si.
Um exemplo ocorre entre as acácias africanas, árvores comuns em savanas e regiões áridas que apresentam táticas notáveis para garantir sua sobrevivência diante de ameaças naturais.
Como as acácias conseguem trocar informações?
Diferentemente dos animais, as acácias não utilizam sons ou movimentos para se comunicar. Em vez disso, recorrem à liberação de substâncias químicas no ambiente.
Um dos mecanismos mais estudados envolve a produção de etanol e compostos chamados de taninos. Quando uma acácia é atacada por herbívoros, como antílopes ou girafas, ela libera compostos que se dispersam pelo ar e atingem árvores próximas.
Ao detectá-los, as plantas intensificam rapidamente a produção de taninos em suas folhas. Os taninos dificultam a digestão para os animais e tornam as folhas mais amargas, reduzindo o apetite dos herbívoros.
Esse fenômeno de alerta químico faz com que manadas, como as girafas, evitem consumir folhas de uma sequência de árvores e busquem exemplos mais distantes, ajudando a diminuir a predação na área afetada.

Quais são outras estratégias de defesa das acácias?
Além da comunicação química, algumas espécies de acácia desenvolveram parcerias com formigas agressivas. As árvores oferecem abrigo em seus espinhos ocos e fornecem néctar, enquanto as formigas defendem as folhas contra invasores, promovendo uma relação de mútua proteção.
Tais estratégias mostram que a comunicação e as parcerias na natureza não estão restritas ao reino animal, ampliando o entendimento sobre a inteligência e adaptação das plantas.