
Ouro de alta pureza pode estar escondido dentro de aparelhos eletrônicos que muita gente descarta sem saber.
Micro-ondas, celulares antigos e até controles remotos guardam um valor surpreendente em seus circuitos internos.
O que há de ouro de 22 quilates nos eletrodomésticos?
O ouro de 22 quilates, com 91,6% de pureza, está presente em diversos eletrodomésticos comuns. Além disso, componentes eletrônicos críticos frequentemente utilizam ouro de altíssima pureza (geralmente acima de 99%), próximos ao padrão de 24 quilates. Seu uso técnico se justifica pela condutividade excepcional e durabilidade que oferece aos sistemas eletrônicos. Ele aparece em pontos-chave, como conectores, relés, trilhas de placas internas e chips de memória.
No micro-ondas, por exemplo, o ouro pode ser encontrado no painel de controle, nas relés e nas conexões das placas. São camadas finíssimas, mas valiosas pela função que exercem em aplicações que exigem desempenho e estabilidade.
Mesmo em aparelhos fora de uso, os metais preciosos continuam presentes, o que torna seu descarte incorreto uma perda tanto financeira quanto ambiental.
Quais aparelhos antigos escondem esse tesouro metálico?
Além do micro-ondas, outros equipamentos domésticos e eletrônicos também contêm ouro de 22 quilates em sua estrutura interna. Mesmo que as quantidades sejam pequenas, elas somam valor quando acumuladas.
- Modems e roteadores fora de uso
- Celulares de teclas e notebooks antigos
- Cabos HDMI e coaxiais com conectores metálicos
- Controles remotos e videogames antigos
Atenção: quanto mais antigo o aparelho, maior a chance de conter componentes com ouro.

Por que o ouro é a escolha dos engenheiros?
Ouro de alta pureza é um dos materiais mais eficientes para conduzir eletricidade sem sofrer oxidação. Diferente de outros metais, ele não enferruja, mesmo sob calor intenso.
Em aparelhos que exigem conexões estáveis, como televisores e computadores, o ouro garante desempenho superior e vida útil prolongada. Por isso, mesmo em camadas finas, ele continua sendo essencial na engenharia eletrônica.
Dica rápida: o ouro está quase sempre onde há troca de sinais elétricos constantes, como em chips e terminais de conexão.
Vale a pena reciclar eletrodomésticos por causa do ouro?
Sim, principalmente se você tem vários aparelhos antigos guardados. Uma tonelada de lixo eletrônico pode conter entre 150 a 300 gramas de ouro, enquanto uma tonelada de minério extraído de uma jazida convencional contém apenas cerca de 5 gramas — tornando o lixo eletrônico até 50 vezes mais rico em ouro.
- Empresas de reciclagem compram placas eletrônicas por peso
- Algumas prefeituras oferecem coleta seletiva especializada
- Reciclagem ajuda o meio ambiente e evita contaminação por metais pesados
- O processo industrial recupera ouro, cobre, prata, paládio e outros materiais valiosos
- Pesquisadores conseguem extrair até 450 miligramas de ouro de apenas 20 placas-mãe antigas
Importante: não tente extrair o ouro em casa. O processo envolve químicos perigosos, risco de intoxicação e danos ao meio ambiente.
O que diferencia o ouro de 22 quilates dos demais?
O ouro de 22 quilates contém 22 partes de ouro e apenas 2 de outros metais, como prata ou cobre. Isso representa 91,6% de pureza, proporcionando um bom equilíbrio entre durabilidade e condutividade em componentes eletrônicos específicos.
Porém, em aplicações eletrônicas críticas que exigem máximo desempenho, utiliza-se ouro de pureza ainda superior — próximo aos 24 quilates (99%+ de pureza) — em camadas finíssimas, garantindo eficiência máxima nas conexões elétricas.
Curiosidade: em joias, o padrão mais comum é o ouro de 18 quilates (75% de pureza), enquanto na eletrônica busca-se o máximo desempenho com ouro de altíssima pureza, mesmo em traços mínimos de nanômetros de espessura.