A verdade por trás da bandeira de Niterói que poucos conhecem

A história da bandeira de Niterói é marcada por simbolismos únicos e escolhas que refletem a identidade da cidade. Além disso, o brasão e o hino não oficial reforçam o orgulho e a cultura local.

Com elementos que resgatam o passado indígena, a vocação marítima e a época imperial, cada detalhe carrega um significado especial para os moradores e visitantes.

Como foi criada a bandeira de Niterói?

A bandeira de Niterói foi criada em 1969, por meio de um concurso público organizado pela prefeitura. Na época, a cidade ainda não possuía um símbolo oficial que a representasse em forma de bandeira.

O projeto vencedor foi assinado por Alberto Rosa Fioravanti. Ele propôs uma bandeira dividida em dois campos: branco e azul. O campo branco representa a paz, enquanto o azul destaca a conexão marítima da cidade. Ao centro, está o brasão de armas, elemento essencial na composição.

A adoção oficial ocorreu em 24 de novembro de 1969, por meio da Deliberação nº 2.687 da Câmara Municipal, sancionada pelo então prefeito Emílio Abunahman.

Quais significados estão escondidos no brasão da cidade?

O brasão de Niterói é repleto de simbologias baseadas nas regras da heráldica. Ele utiliza cinco cores principais: branco, azul, verde, vermelho e amarelo. Cada uma dessas tonalidades expressa valores distintos, como coragem, esperança, fé e lealdade.

• Verde: renovação e esperança
• Azul: alegria, saber e lealdade
• Vermelho: coragem e grandeza
• Amarelo (ouro): justiça e constância
• Branco (prata): pureza e vitória

A forma do escudo é ibérica, remetendo à colonização portuguesa. Acima dele, uma coroa com oito torres indica a condição de capital que Niterói possuía até 1975. Mesmo que apenas cinco torres estejam visíveis, o símbolo mantém o status representativo de cidade.

Por que cada campo do brasão conta uma parte da história?

O brasão de armas de Niterói é dividido em cinco campos que narram a origem, os feitos históricos e os valores locais. Cada quadrante tem um fundo colorido e símbolos próprios.

• Cocar e flechas sobre fundo vermelho: homenagem à tribo Temiminó e ao cacique Araribóia
• Inicial IHS e flechas sobre fundo branco: união entre jesuítas e indígenas
• Coroa imperial sobre fundo verde: referência a Dom Pedro II e à Casa de Bragança
• Roda dentada e cetro de Mercúrio sobre fundo vermelho: destaque para a industrialização com o Barão de Mauá
• Pedra da Itapuca sobre fundo azul: símbolo das belezas naturais da cidade

Logo abaixo, faixas vermelhas estampam o nome da cidade e três datas importantes: 1573 (fundação), 1819 (criação da Vila Real) e 1835 (elevação a cidade).

Existe um hino oficial de Niterói?

Curiosamente, Niterói não possui hino oficial. Porém, duas composições são tradicionalmente associadas às celebrações da cidade. A primeira é o “Hymno do Centenário”, datado de 1919. A segunda, mais recente, é “Vila Real da Praia Grande – Hino a Niterói”, de 1992.

• O “Hymno do Centenário” foi composto por Felício Toledo e Senna Campos
• O “Hino a Niterói” foi criado por Almanir Grego e Nilo Neves
• Ambos evocam a história da cidade e suas belezas naturais
• São utilizados em cerimônias e eventos cívicos como representações musicais do município

Ainda que não sejam leis oficialmente reconhecidas, essas canções permanecem no imaginário afetivo dos niteroienses e têm papel importante na preservação da memória local.

O que tornou o MAC um símbolo oficial de Niterói?

Desde 1990, o Museu de Arte Contemporânea foi incorporado como símbolo gráfico de Niterói. A Lei Orgânica Municipal, com a emenda 14/97, oficializou o MAC ao lado do brasão e do hino como elemento emblemático da cidade.

Projetado por Oscar Niemeyer, o museu virou ícone da arquitetura e cartão-postal. Sua forma futurista e localização privilegiada reforçam o perfil cultural e moderno do município.

Dica rápida: o MAC é um dos pontos turísticos mais fotografados do estado do Rio de Janeiro. Sua imagem é usada em materiais promocionais, documentos públicos e souvenirs locais.