
Um grupo de bailarinos com deficiência de Niterói levou a arte inclusiva do Rio de Janeiro para um dos palcos mais prestigiados da Argentina. Após vencer em 1º lugar um edital estadual, o Grupo Inclusivo de Dança Expressar se apresentou em Córdoba e colocou a diversidade dos corpos no centro da cena. O resultado foi impacto cultural e social — dentro e fora do teatro.
Bailarinos com deficiência de Niterói no Festival Pulso Urbano
Referência em arte e inclusão no cenário fluminense, o Grupo Inclusivo de Dança Expressar retorna hoje da Argentina após duas apresentações no fim de semana. O coletivo foi classificado em 1º lugar no módulo Argentina do edital “Soy Loco Por ti América”, promovido pela Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro, e passou a integrar a programação oficial do Festival Pulso Urbano, em Córdoba.
Entre os bailarinos está o coreógrafo Daniel Rangel (cadeirante), que também é atleta paralímpico de Maricá.
Estreia no Teatro Real com plateia de 700 pessoas
A estreia internacional aconteceu na noite de sexta-feira (28/11), no palco principal do Teatro Real, descrito como um dos espaços culturais mais prestigiados do país. Na ocasião, o grupo apresentou o espetáculo “Relações” para uma plateia estimada de 700 pessoas.
Espetáculo “Relações”: conexões humanas e diversidade dos corpos
A obra explora as nuances das conexões humanas por meio do movimento, ao mesmo tempo em que desafia preconceitos e celebra a diversidade dos corpos, reforçando a proposta artística e inclusiva do grupo.
Ação social no Museu das Mulheres: dança inclusiva e vivência imersiva
No sábado (29/11), a agenda incluiu uma atividade de forte impacto social. O Museu das Mulheres recebeu uma mostra de dança inclusiva conduzida pelo grupo, com foco em temas ligados à vida e à luta de pessoas com deficiência (PCD).
Dança como reabilitação e interação social
O encontro destacou a dança como ferramenta de reabilitação e interação social. Além disso, o público participou de experiências imersivas, vivenciando de forma direta os desafios e a potência da vida de uma pessoa com deficiência.
Quem representou o Brasil: os 4 artistas da delegação
A delegação que viajou para a Argentina foi composta por quatro integrantes, reunindo técnica e diversidade:
- Daniel Rangel (coreógrafo e bailarino, cadeirante; atleta paralímpico de Maricá)
- Thayrine Mesquita (diretora, coreógrafa e bailarina)
- Gabriela Calixto (bailarina, amputada)
- Mayckon Myller (bailarino)
A presença de Daniel e Gabriela no palco internacional reforçou a missão do grupo: mostrar que a arte não enxerga limitações físicas, e sim potências criativas.
“Não é apenas vitória artística”: o que diz Thayrine Mesquita
Para a diretora e coreógrafa Thayrine Mesquita, a apresentação em Córdoba vai além do reconhecimento cultural:
Estar no Teatro Real, em Córdoba, não é apenas uma vitória artística, é um ato político e social. Ser classificado em primeiro lugar no edital ‘Soy Loco Por ti América’ valida anos de trabalho sério, por meio do qual mostramos que a dança pertence a todos os corpos. Quando o Daniel, que é atleta olímpico e cadeirante, e a Gabriela entram em cena junto com o elenco, nós não estamos apenas dançando ‘Relações’; estamos reescrevendo o que o público entende por capacidade e beleza. Levar a cultura fluminense para a Argentina e promover essa troca de vivências é a realização de um sonho coletivo”, exclama Thayrine.







