Niterói - Parte dos professores da rede municipal de ensino de Niterói interromperam as atividades nesta segunda-feira (10) em protesto contra medidas implementadas pela Secretaria Municipal de Educação na educação infantil em 2025.
Pela manhã, os profissionais se reuniram no Centro da cidade para discutir os próximos passos da mobilização e realizaram uma passeata que terminou na Prefeitura de Niterói.
“Av. Jansen de Melo encontra se interditada. Fluxo sentido Ponte sendo desviado para a Av Ernani do Amaral Peixoto. Fluxo sentido Centro sendo desviado para a Av. Feliciano Sodré. Equipe NITTRANS no local orientando o trânsito.” De acordo com a Nittrans, o trânsito foi impactado na região central da cidade.
O movimento ocorre apenas cinco dias após o início do ano letivo e, segundo o Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação do RJ (Sepe-Niterói), a principal reivindicação é contra o fim da bidocência – modelo que garante duas professoras por turma na educação infantil – e o aumento do número de alunos nas turmas de 1 e 2 anos.
Reunião com a Prefeitura
A prefeitura vai receber uma comissão de seis representantes da categoria em reunião com o Secretário de Governo, Felipe Peixoto, agendada para o período da tarde.
O que diz a Prefeitura de Niterói?
A Secretaria Municipal de Educação afirmou que a paralisação teve adesão de apenas 10% dos professores e criticou a postura do Sepe-Niterói, alegando que o sindicato não buscou diálogo antes de convocar a greve.
Segundo a prefeitura, a reformulação da educação infantil segue as diretrizes do Conselho Nacional de Educação (CNE) e do Conselho Municipal de Educação. Enquanto o CNE recomenda turmas de 24 alunos por professor, Niterói manterá o limite de 20 alunos por professor, além de disponibilizar um professor auxiliar para cada duas ou três turmas de crianças de 5 anos.
A administração municipal também destacou que nas turmas com alunos com necessidades especiais já há dois professores por sala, algo que poucas cidades do estado oferecem.
A prefeitura classificou a greve como “sem pauta” e de caráter político-ideológico, declarando que tomará medidas legais e administrativas contra a direção do sindicato.
Próximos passos
O resultado da reunião entre representantes da categoria e a Secretaria de Governo pode definir os rumos da paralisação. Enquanto isso, pais e responsáveis seguem atentos ao desdobramento do impasse, que impacta diretamente a rotina escolar das crianças na rede municipal.
Nota da Prefeitura de Niterói na íntegra
“A Secretaria Municipal de Educação esclarece que a paralisação teve apenas 10% de adesão da rede municipal. A secretaria estranha que a direção do sindicato, controlada por um partido extremista com o PSTU, tenha convocado uma greve através de uma assembleia virtual com 200 pessoas em uma categoria de mais de 5 mil profissionais de educação sem qualquer busca de diálogo. Não há qualquer atraso do pagamento de salários dos profissionais ou qualquer retirada de direitos de profissionais de educação. O que há é uma regulamentação das determinações do Conselho Nacional de Educação e do Conselho Municipal de Educação quanto às turmas de 4 e 5 anos.
Nesses casos, enquanto o Conselho Nacional de Educação determina a formação de turmas de 24 alunos por professor, Niterói passará a ter, no máximo, 20 alunos por professor. Portanto, abaixo daquilo que determina, aquilo que é a diretriz do Conselho Nacional de Educação. E mais: Niterói terá ainda um professor auxiliar para cada duas ou três turmas de crianças de 5 anos para apoiar os professores regentes.
É importante ressaltar que em turmas com crianças com necessidade especiais, já há a presença de dois professores por turma. Niterói é uma das poucas cidades que faz isso em todo o Estado . O que a direção do sindicato propõe , além de ilegal, não é razoável. A Secretaria Municipal de Educação de Niterói segue aberta ao diálogo e vai tomar as medidas legais e administrativas em relação à direção do sindicato, porque é inaceitável uma greve sem pauta, cujo único objetivo é fazer luta política e ideológica.”