Educação

MEC proíbe cursos 100% EAD: veja o que muda nas faculdades

MEC proíbe cursos 100% EAD, exigindo atividades presenciais. Descubra o que muda nas faculdades com a nova política.

Divulgação
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O Ministério da Educação (MEC) oficializou nesta segunda-feira (19) a Nova Política de Educação a Distância (EaD), após quase um ano de espera e vários adiamentos. O decreto, ainda não publicado na íntegra no Diário Oficial da União (DOU) até a última atualização, representa uma resposta ao crescimento acelerado da modalidade e impõe regras mais rigorosas para sua regulação.

Cursos com EaD limitada e nova modalidade semipresencial

Um dos pontos centrais da nova política é a proibição de cursos 100% a distância. Agora, todas as graduações EaD deverão ter, no mínimo, 20% da carga horária em atividades presenciais físicas ou aulas síncronas mediadas — como transmissões ao vivo com interação entre professor e aluno. As provas presenciais passam a ser obrigatórias.

Foi criada ainda uma nova modalidade: o ensino semipresencial, que mescla conteúdos a distância com atividades práticas obrigatórias, como estágios, aulas em laboratório ou extensão universitária.

Graduações proibidas no EaD

A nova política também proíbe o formato EaD para alguns cursos da área da saúde e ciências humanas, como:

  • Medicina
  • Direito
  • Odontologia
  • Enfermagem
  • Psicologia

Esses cursos só poderão ser ofertados presencialmente, por exigirem forte carga prática e presença em ambientes como laboratórios e hospitais. Para outras áreas da saúde e licenciaturas (formação de professores), o formato semipresencial passa a ser o limite autorizado. Instituições terão até dois anos para se adaptar às novas regras, garantindo os direitos dos alunos já matriculados.

Regras para polos EaD e estrutura mínima

Os polos de apoio presencial — unidades de atendimento fora do campus principal — deverão atender a critérios técnicos rigorosos, oferecendo infraestrutura física e tecnológica compatível com os cursos ofertados, incluindo laboratórios, espaços para estudo e suporte técnico e pedagógico.

Novas definições para as atividades de ensino

O decreto também padroniza as classificações das atividades didáticas:

  • Presenciais: com presença física simultânea de aluno e professor.
  • Síncronas: realizadas em tempo real, mesmo à distância.
  • Síncronas mediadas: com controle de frequência, grupo reduzido e interação direta.
  • Assíncronas: realizadas em horários distintos, com autonomia do estudante.

Avaliações e valorização docente

Outra inovação é a exigência de avaliações presenciais com peso maior na nota final dos alunos, mesmo nos cursos a distância. A nova política também reforça a valorização do corpo docente e cria o cargo de mediador pedagógico, com formação compatível ao curso e papel exclusivo na condução educacional — diferente dos tutores administrativos.

Repercussão

Em nota, a Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES) avaliou como positiva a iniciativa, mas informou que ainda aguarda a publicação oficial do texto completo para emitir um parecer detalhado.


Resumo das principais mudanças da Nova Política de EaD do MEC:

  • Proibição de cursos 100% online: todos devem ter pelo menos 20% de carga horária presencial ou síncrona.
  • Cursos como Medicina e Direito só poderão ser presenciais.
  • Criação da modalidade semipresencial com práticas obrigatórias.
  • Polos EaD terão que cumprir exigências estruturais e tecnológicas.
  • Provas presenciais e mediação pedagógica passam a ser obrigatórias.