A arte urbana ganhou as salas de aula da rede pública de Niterói. O projeto Soul da Tribo Oficinas de Graffiti promoveu, em julho, uma série de aulas, oficinas e palestras gratuitas na Escola Municipal Portugal Neves, em Piratininga, com o objetivo de formar novos artistas, capacitar arte-educadores e ressignificar o espaço escolar por meio do graffiti e da cultura Hip Hop.
Aulas com artistas de Niterói e do Rio
Durante as atividades, grafiteiros de Niterói e do Rio de Janeiro compartilharam suas trajetórias e conhecimentos. No ciclo de palestras “Vivo Hip Hop Vivo”, participaram alunos do 9º ano e turmas de aceleração, além de professores e auxiliares. Os temas abordaram desde a história do graffiti até seu papel no mercado de trabalho criativo.
Destaques das palestras:
- Thaís Pereira (produtora cultural): falou sobre o papel do produtor e a construção de projetos culturais.
- TOSH (grafiteiro de Niterói): apresentou o conceito de Etnograffiti.
- GUT: contextualizou o graffiti entre as décadas de 1980 e 2010.
- Gabriel Max: abordou a trajetória de grafiteiros iniciantes e os desafios atuais.
- Coé (MC e grafiteiro): fez um panorama do Hip Hop e da indústria do graffiti no Brasil.
Oficinas práticas e homenagem aos 50 anos da escola
As oficinas práticas envolveram estudantes e professores em um processo criativo completo: técnicas de desenho, desenvolvimento de TAGs (assinatura dos grafiteiros) e a produção de um grande painel coletivo, em homenagem aos 50 anos da escola Portugal Neves. O resultado transformou o ambiente em uma verdadeira galeria de arte a céu aberto, integrando a cultura urbana ao cotidiano escolar.
Inclusão e acessibilidade também são arte
Para garantir acessibilidade, todas as atividades contaram com intérprete de LIBRAS, promovendo a inclusão de alunos surdos e apresentando aos demais participantes a linguagem de sinais. A iniciativa reforça o potencial do graffiti como ferramenta de inclusão social, pertencimento e expressão individual.
Projeto fortalece cultura local e economia criativa
Mais do que oficinas, o projeto atua como catalisador da economia criativa local, envolvendo artistas, produtores culturais e educadores. A proposta também contribui para preservar expressões culturais periféricas, inspirar novos talentos e fortalecer a identidade comunitária.
“O graffiti é uma importante ferramenta de inclusão e transformação social e individual. Os jovens se identificam com esse movimento artístico que traz sentimento de pertencimento em seus mais diversos aspectos”, afirma Thaís Pereira, idealizadora do projeto.
Sobre o projeto
O Soul da Tribo Oficinas de Graffiti é uma realização do Campus Avançado, idealizado pela Gira Produções, com assessoria da Realize Cultura. Conta com fomento do Governo Federal, por meio do Ministério da Cultura e da Secretaria de Cidadania e Diversidade Cultural.