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Governo decide sobre retorno do horário de verão

Ministério de Minas e Energia avalia a volta do horário de verão no Brasil. Entenda a importância da medida e os riscos futuros.

Pôr do sol no Parque da Cidade | Foto: Divulgação/Neltur
Pôr do sol no Parque da Cidade | Foto: Divulgação/Neltur

O Ministério de Minas e Energia se prepara para tomar uma decisão importante sobre a adoção do horário de verão no Brasil ainda este ano. A reunião decisiva acontecerá na próxima terça-feira (15), conforme anunciou o ministro Alexandre Silveira. Após reduzir seu período de férias, Silveira retornará ao trabalho nesta segunda-feira (14) para discutir com a equipe técnica o possível retorno da medida.

Segundo o ministro, a urgência da decisão está ligada ao risco de uma crise energética. “Se houver risco energético, a prioridade será o horário de verão”, afirmou Silveira durante sua participação no II Fórum Internacional Esfera, em Roma, nesta sexta-feira (11).

Horário de verão pode retornar se houver risco energético

Silveira explicou que a decisão final será tomada com base em um balanço de custo-benefício. “Se não houver risco energético, tomarei a decisão com tranquilidade, sempre buscando o melhor para o Brasil. O horário de verão impacta diversos setores, e o equilíbrio entre economia de energia e impactos em outras áreas será fundamental”, acrescentou.

A janela ideal para a adoção do horário de verão seria em novembro, portanto, a decisão precisa ser tomada rapidamente para permitir o planejamento dos setores afetados.

Preocupações com a crise hídrica e energia

Outro ponto levantado pelo ministro foi a crise hídrica que o Brasil enfrenta. Segundo dados do Cemaden, o país vive a pior crise hídrica em 73 anos. Isso tem gerado preocupações sobre o impacto no setor elétrico, já que as usinas hidrelétricas estão enfrentando dificuldades devido à baixa pluviometria.

“A adoção do horário de verão poderá ajudar a mitigar os problemas energéticos que o Brasil pode enfrentar, principalmente com o planejamento para 2026 em mente”, explicou Silveira.

Eleições e impactos econômicos

Silveira também garantiu que, caso o horário de verão seja decretado, ele não afetará o segundo turno das eleições, marcado para o dia 27 de outubro. “É necessário um período de pelo menos 20 dias para que setores como o aéreo e a segurança pública se preparem para a mudança”, afirmou.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva já delegou a responsabilidade da decisão ao ministro Silveira, destacando que a decisão será técnica e não política. “Decidiremos baseados em análises técnicas e na sensibilidade social, garantindo que a adoção do horário de verão só ocorra se for imprescindível para a segurança energética do Brasil”, concluiu o ministro.

Projeções do ONS e previsões para os próximos meses

Em reunião do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) apresentou projeções para o período de outubro de 2024 a março de 2025, destacando as incertezas relacionadas ao início do período de chuvas. As estimativas indicam que o Brasil enfrentará desafios em relação aos níveis dos reservatórios e ao atendimento da demanda de energia nos horários de pico.

A adoção do horário de verão poderia ajudar a mitigar esses desafios, especialmente no Sudeste/Centro-Oeste, onde a recuperação dos volumes de água nos reservatórios é estimada para começar em janeiro de 2025.

Com essas informações, o governo espera tomar uma decisão que equilibre a segurança energética e a modicidade tarifária para a população brasileira.