Rio Grande do Sul

Chuvas no RS: Supermercados começam a restringir venda de arroz para manter estoques

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Em várias áreas do Brasil, supermercados iniciaram a limitação na disponibilidade de certos produtos devido ao desastre climático no Rio Grande do Sul. Para proteger os estoques e garantir o atendimento a todos os consumidores, alguns estabelecimentos comerciais decidiram impor restrições, notadamente na comercialização de arroz, estabelecendo um limite de unidades por comprador.

Em Niterói há diversos relatos de consumidores que estão se deparando com avisos em supermercados, informando que a venda do arroz está limitada a poucas unidades por pessoa.

O estado do Rio Grande do Sul desempenha um papel crucial na agricultura brasileira, sendo responsável por aproximadamente 70% da produção de arroz do país. Além disso, os agricultores gaúchos contribuem significativamente para o fornecimento de soja, milho, leite e seus derivados, assim como proteínas animais, incluindo carne de aves, suínos e bovinos.

As fortes chuvas que atingem o Rio Grande do Sul desde o final de abril devem levar a uma alta dos preços dos alimentos, prevê a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP). Segundo a entidade, há o risco tanto de perda de produtos como também impactos no transporte de mercadorias.

Entre os produtos que devem ter os preços afetados estão, de acordo com a Fecomercio, os derivados de leite e o arroz. “O Rio Grande do Sul é o maior produtor de arroz do país, e embora pouco mais de 80% da safra tenha sido colhida, ainda não dá para saber se os estoques foram atingidos ou quanto da parcela restante foi perdida”, diz a nota da federação.

Os alagamentos e os danos à infraestrutura do estado podem, segundo a entidade, afetar a logística do transporte de arroz e de frutas tradicionais da região, como uva, pêssego e maçã. 

“A criação de gado para produção de leite, que deve ser impactada com a perda de vacas e pasto, além da ingestão, por esses animais, de água sem qualidade, em razão das condições atuais do local”, acrescenta a análise divulgada pela federação.

Apesar de enfatizar os problemas que devem afetar o abastecimentos de alimentos, a Fecomercio estima danos sistêmicos causados pelas chuvas. “A tragédia de Brumadinho, menor e mais localizada, provocou uma queda de 0,2% no Produto Interno do Brasileiro (PIB, soma de bens e de serviços produzidos no país) em 2019, mais de R$ 20 bilhões em valores atuais. No Rio Grande do Sul, é muito provável, infelizmente, que os danos causados tenham impacto ainda maior para o PIB nacional”, comparou.

A Defesa Civil do Rio Grande do Sul já contabilizou 100 mortes causadas pelas chuvas. Segundo o órgão, as inundações, deslizamentos e desmoronamentos afetam cerca de 1,45 milhão de pessoas em 417 municípios. Ficaram desabrigadas, 66,7 mil pessoas.

Com Agência Brasil