
A Câmara dos Deputados aprovou, nesta quarta-feira (1º), por unanimidade, o projeto que isenta do Imposto de Renda (IR) trabalhadores com renda mensal de até R$ 5 mil. Já quem ganha até R$ 7.350 terá descontos expressivos na declaração. O texto segue agora para análise no Senado e, em seguida, para sanção presidencial.
Atualmente, a faixa de isenção é de até R$ 3.036. Com a mudança, a promessa de campanha do presidente Lula se torna realidade, representando uma das maiores alterações no sistema de arrecadação das últimas décadas.
Quem será beneficiado
- Até R$ 5 mil mensais → isenção total, sem desconto no salário.
- De R$ 5.000,01 até R$ 7.350,00 → desconto de até R$ 978,62.
O governo estima que 26,6 milhões de brasileiros estarão livres do pagamento do IR em 2026.
Como será compensado
A renúncia fiscal, estimada em R$ 25,8 bilhões, será compensada pela taxação de super-ricos:
- Contribuintes com renda acima de R$ 600 mil anuais pagarão nova alíquota progressiva de até 10%.
- A medida deve atingir cerca de 140 mil pessoas, apenas 0,13% dos contribuintes.
Críticas e polêmicas
Embora aprovada sem votos contrários, a proposta gerou debate:
- Aliados do governo comemoram como justiça tributária e alívio para a classe média.
- Já opositores classificam a medida como populista e “eleitoreira”, alegando que não resolve a carga tributária que pesa sobre os mais pobres.
O que muda na prática
A partir de 2026, quem ganha até R$ 5 mil não terá IR retido na fonte, aumentando a renda disponível no bolso. Para quem recebe acima desse valor, haverá descontos graduais até R$ 7.350.
A expectativa é de que a medida aumente o poder de consumo da população e reduza desigualdades, mas especialistas alertam que o sistema tributário brasileiro ainda carece de reformas estruturais.