
As pessoas não costumam entender a diferença. Ela, a diferença, causa repulsa, ódio, destrói qualquer possibilidade de diálogo, debate ou mesmo a opinião única e exclusiva de uma pessoa, algo intransferivel. Quando não se respeita a diferença, não se respeita a democracia.
E o que é mesmo a democracia? Um conjunto de fatores e ações que permite a você ser livre. Ter opiniões diferentes das do seu vizinho e, ainda assim, não ser sequestrado e morto como o irmão da Hildegard Angel, jornalista que eu acompanho desde meus 15 anos de idade – e a quem eu faço um agradecimento aqui, público, por ser ainda atuante e muito consciente a respeito do papel do jornalismo profissional.
Mas, voltando ao tema, quando peço que não fiquem chateados comigo, caríssimos leitores, é porque eu não sou “todo mundo” e, normalmente, errado ou certo, luto pelas minhas opiniões e certezas. Claro que, além de democrático, é preciso ser diplomático. Porém, ser diplomático não significa ser um “passador de pano” para desequilíbrios e desajustes alheios.
Recentemente vivi episódios de traição em relação a amigos (agora, claro, ex amigos) nos quais pude perceber que trinta anos de confiança e amizade por alguém não lhe garantem nada. A pessoa – que teve a oportunidade de ter sua confiança – por imaturidade ou falta de caráter mesmo, é capaz de ir procurar se juntar ao seu algoz ou adversário para, então, fortalecer narrativas falsas sobre você.
Vizinhos? Ah, quando se mora há 33 anos no mesmo local, claramente você tem pessoas que te invejam, não vão com a sua cara e, por puro esporte, jogam contra você. Sem.qualquer razão. No trabalho? Todo cuidado é pouco. Para mim, que falo demais e pelos cotovelos, além de alto, é perigoso ser autêntico. E eu vivo em certo perigo por isso: minha autenticidade acaba incomodando até pessoas queridas, que usam as suas próprias frustrações pra espelhar questões no outro. Triste, mas é da natureza humana.
Cabe a mim trabalhar muito, pagar terapia pra não cair nessas ciladas, ter consciência social, saber o meu valor pessoal e o valor do meu pertencimento, além de ser um combatente lutador contra assédios e abusos. Alguém como eu, infelizmente acostumado com bullying desde criança na escola numa época em que essa palavra nem existia, deve sempre ficar atento e forte. Às vezes as pessoas não fazem por mal. Mas de boas intenções o inferno está lotado.
Então vamos focar na energia da comunhão e da paz nesta época natalina, vamos perdoar sem nos tornarmos otários, vamos ser amigos sem deixar ninguém nos fazer de trouxas. Foi um ano duro, difícil de levar pra frente, e todos nós chegamos até aqui. Estamos vivos, com saúde (assim espero) e com o futuro lindo pela frente. Temos que agradecer tudo. Não só pedir, mas agradecer o que veio pra nossa colheita. Seja o que for.
Que neste Natal e neste próximo ano de 2026 a vida seja mais leve, doce e suave. Estamos precisando muito. Boas festas aos queridos leitores e suas famílias. E até a próxima coluna.
Atuante no jornalismo fluminense desde a adolescência, Leonardo Rivera teve passagens por jornais de sua cidade, Niterói – como os saudosos LIG e Opinião, além do diário A Tribuna. Tornou-se diretor artístico da área musical no final dos anos 90, tendo trabalhado na Universal Music com grandes nomes da nossa música, e em seguida criou um selo para novos talentos. Também se tornou escritor, ao lançar a biografia sobre Seu Jorge (2015) e participar da equipe da autobiografia de Luiz Fernando Guimarães (2022). Segue dirigindo o selo musical, colaborando com biografias e veículos de comunicação.
Atuante no jornalismo fluminense desde a adolescência, Leonardo Rivera teve passagens por jornais de sua cidade, Niterói – como os saudosos LIG e Opinião, além do diário A Tribuna. Tornou-se diretor artístico da área musical no final dos anos 90, tendo trabalhado na Universal Music com grandes nomes da nossa música, e em seguida criou um selo para novos talentos. Também se tornou escritor, ao lançar a biografia sobre Seu Jorge (2015) e participar da equipe da autobiografia de Luiz Fernando Guimarães (2022). Segue dirigindo o selo musical, colaborando com biografias e veículos de comunicação.