Principal fruto do projeto “Muriqui: narrativas e memórias de um território da Mata Atlântica em Niterói”, o livro que consolida as histórias e lembranças dos moradores locais será lançado neste domingo (11), às 11h, na Feira do Muriqui. No lançamento estará presente o artista Deneir de Souza Martins, que oferecerá atividades lúdicas a todos os presentes.
A obra, de 144 páginas, no formato 25×22, reúne fotos, ilustrações, depoimentos e textos sobre a região, além de duas pinturas em aquarela cedidas por Gilberto Cardoso e duas gravuras em nanquim, do diário de viagem de uma alemã de passagem por Muriqui.
Marianna Kutassy, idealizadora e coordenadora do projeto, explica que a publicação “é fruto de um sonho acalentado há mais de duas décadas, quando, nos anos de 1999 e 2000, andei por Muriqui e Vila Progresso, onde moro desde 1991, mapeando espaços possíveis para integrarem a proposta de um programa de ações culturais voltadas para a região”. Kutassy ouviu muitas narrativas e memórias e percebeu, então, que este legado poderia se perder no tempo. Assim surgiu a ideia de documentar e deixar, para as futuras gerações, uma cartografia local.
Acessibilidade
Além disso, a autora buscou que o texto fosse acessível a um grande público, mantendo os linguajares coloquiais e investindo em uma escrita acessível a uma grande parcela de leitores, como pessoas idosas e jovens em idade escolar. Além do livro impresso, que será distribuído gratuitamente, será disponibilizado um e-book, que também poderá circular de graça, com a audiodescrição de imagens, beneficiando pessoas cegas e com baixa visão, para que, em igualdade de condições, possam ter acesso ao conteúdo, tal qual pessoas videntes.
O projeto também contemplou a produção de um vídeo, que dialoga com o livro e acrescenta outras informações e memórias, e terá legenda intralingual, para melhor fruição de pessoas ensurdecidas. Tanto o e-book quanto o vídeo serão disponibilizados posteriormente ao lançamento do livro.
Muriqui nas redes
Com as dificuldades impostas pela pandemia da Covid-19, uma das alternativas buscadas para conseguir realizar o projeto foi o investimento nas redes sociais. Assim, foram criadas uma página no Facebook e um perfil no Instagram, que foram alimentados ao longo dos meses e irão continuar ativos, como uma forma de dar continuidade ao processo de recolha de informações e depoimentos, para futuros desdobramentos.
Até hoje, a região de Muriqui contava com pouquíssima documentação de seu surgimento ou sobre sua realidade atual. “Com o projeto, vamos dar voz a uma comunidade que tem características próprias muito diferenciadas do restante da cidade e, com isso, trazer visibilidade ao local”, explica Kutassy.
Pedaço da Mata Atlântica
O bairro de Muriqui se encontra na região Leste de Niterói, fazendo fronteira com as regiões Oceânica e de Pendotiba, e com a cidade de São Gonçalo. Compreende as localidades Muriqui Grande, Muriqui Pequeno e Chibante. O nome faz referência ao macaco Brachyteles arachnoides, ou Muriqui-do-Sul, habitante da Mata Atlântica, abundante no local à época do surgimento do bairro. Muriquiintegra parcialmente o Parque Estadual da Serra da Tiririca, reserva biológica e florestal de Niterói e conta com cerca de 700 habitantes, de acordo com o Censo 2010 do IBGE.
O projeto “Muriqui: narrativas e memórias de um território da Mata Atlântica em Niterói” foi realizado com fomento da Prefeitura de Niterói, por meio de edital da Fundação de Artes de Niterói (FAN).
Feira do Muriqui
A Feira do Muriqui (feira de produtores locais, artesanatos, alimentos e bebidas) acontece neste domingo (11), das 9h às 16h, na sede campestre do Sindmoveis RJ, Estrada Aristides Melo, 213 – Muriqui (Antiga Estrada da Paciência, 560).