CULTURA – O aniversário de 209 anos do Jardim Botânico do Rio, comemorado ontem(13), tem como destaque, além da revitalização da área da Região Amazônica do Parque, a abertura de novas exposições. A mostra Rede Abrolhos: Monitorando o Maior Complexo Coralíneo do Atlântico Sul, instalada no hall do Museu do Meio Ambiente e já pode ser visitada a partir de hoje(14).
A exposição tem 40 fotografias com imagens aéreas e submarinas, exemplares da fauna e da flora marinha e equipamentos científicos utilizados pelos cientistas para estudar a região de Abrolhos, a maior biodiversidade da costa brasileira.
Também a partir de amanhã, no Museu do Meio Ambiente, será aberta a exposição do 16º Concurso de Fotografia do Jardim Botânico. Organizada pela Associação de Amigos do Jardim Botânico (AAJB) a mostra reúne 23 fotos selecionadas do concurso de 2016.
Pensamento científico
A programação de aniversário tem ainda a exposição Herbário: Coleção e Ciência que, com imagens, textos e objetos, mostra detalhes das coleções preservadas a partir dos acervos baseados nas pesquisas. “A exposição está construída em dois blocos. Uma parte mostra que a ciência é construída no passado partindo de Humboldt, de Macius, Barbosa Rodrigues, por estes naturalistas que começaram a catalogar a flora das Américas e a segunda parte que mostra o nosso trabalho diário que continua existindo e não é só uma memória”, diz a pesquisadora e curadora da exposição, Rafaela Forzza.
Rafaela disse que um dos objetivos da exposição é embutir nas crianças o pensamento científico desde cedo e isso ocorre durante as visitas de alunos do ensino fundamental, médio e superior. “Eles vivenciam o nosso dia a dia e, depois de passar pela exposição, são encaminhados para dentro das coleções. É perceptível como isso estimula essas crianças quererem ser cientistas, como a nossa vida é legal para eles. Como a gente está no imaginário, quando a gente mostra que com uma boa educação qualquer um pode virar um cientista, a gente abre o caminho para eles”.
No ano em que comemora os seus 209 anos, o Jardim Botânico se prepara para mais uma atração. O presidente do instituto, Sérgio Besserman Vianna revelou que no segundo semestre serão inauguradas novas áreas com plantas trazidas da África, outra com espécies relacionadas na Bíblia e ainda uma trilha com plantas usadas pelos índios. “Se tudo correr bem vamos ter uma muda de uma oliveira do Monte das Oliveiras. No mesmo dia a gente faria a trilha das plantas africanas não só alimentares, mas do candomblé e da umbanda e dos primeiros botânicos do Brasil que foram os índios. Faremos a trilha do conhecimento indígena das plantas brasileiras”, disse.
Por: Cristina Indio do Brasil