CULTURA – De 24 de maio a 31 de julho, o Museu Janete Costa de Arte Popular estará com suas portas abertas para três novas exposições. São elas: “Espelho Quebrado”, “Arte Kayapó” e “Nosso Trajeto, Nossos Caminhos””, todas com curadoria do professor da Universidade Federal Fluminense – UFF, Wallace de Deus Barbosa.
A abertura acontece na terça-feira, 24, às 18h. A entrada é franca. O Museu Janete Costa de Arte Popular fica na rua Presidente Domiciano, nº 178-182, Boa Viagem.
Espelho Quebrado
A mostra é resultado de uma parceria entre o fotógrafo Rodrigo Petrella com o índio Banhi-re Kayapó e traz ao público uma série de fotografias e pinturas em tecido. A exposição vai ocupar o segundo andar da casa. São ao todo cerca de 30 Fotos do fotógrafo paulista que viveu meses entre os Kayapó e os Enawenê-nawê, nos Estados do Pará e Amazonas. São cenas do cotidiano destes povos tradicionais, com destaque para as faces de jovens e adultos retratados por Petrella. A mostra faz parte do projeto “Story Tellers” e tem a curadoria de Selene Wendt, Wallace de Deus e Guilherme Vergara.
Desde 1999, quando visitou pela primeira vez a Amazônia, o fotógrafo Rodrigo Petrella já esteve em várias tribos indígenas. Foram períodos que se estenderam às vezes durante semanas, a fim de que o fotógrafo registrasse o cotidiano de grupos como os enawene-nawe e outras etnias que vivem sob o risco de uma sociedade envolvente, cada vez mais intolerante e intransigente com as culturas tradicionais.
Rodrigo Petrella começou a fotografar aos 13. Tornou-se fotógrafo profissional em 1994, no Rio de Janeiro. Morou em Nova York, onde trabalhou para a indústria da moda, com trabalhos publicados em revistas como W, Vogue, Dutch e ID. Continua colaborando com veículos estrangeiros até hoje. Além do registro do cotidiano de comunidades indígenas na Amazônia, Rodrigo possui projetos que exploram símbolos e imagens do inconsciente.
Já realizou várias exposições no Brasil e no Exterior, como a mostra Guardiões da Floresta, no Museu de História Natural de Nova York, e possui obras em acervos como o do Museu Artur Bispo do Rosário, no Rio de Janeiro.
Arte Kayapó
A exposição “Arte Kayapó”, montada com acervo do Museu do Índio – FUNAI, será composta por máscaras, esculturas, cerâmicas, vídeos e fotografias. A mostra contará com aproximadamente 50 itens do acervo etnológico do Museu, incluindo máscaras, cestaria e adornos plumários.
Os Kayapós (ou caiapós) são índios que vivem em uma extensa área localizada nos estados do Mato Grosso e do Pará, ao longo dos afluentes do rio Xingu. Suas principais atividades são a caça, a pesca e o roçado. Eles falam a língua jê – O número de kayapós que fala o português varia de acordo com o grau de contato ou isolamento de cada tribo – e se caracterizam pelas pinturas corporais, o uso de plumagens e de botoques nos lábios e orelhas.
A origem do termo “kayapó” é controversa. Segundo algumas fontes, quer dizer “aqueles que se parecem com macacos” e teria sido inventada por indígenas de outras etnias para identifica-los. Essa versão se deve a um ritual que os caiapós fazem usando máscaras de macacos. Prevalece entre os dicionaristas, no entanto, a conclusão de que a palavra vem do tupi “kaia’pó”, que significa “o que traz fogo na mão, incendiário”. Já os próprios Kayapós se referem a si mesmos como os mebêngôkre, que significa “homens do poço-d’água”.
Os registros dos primeiros contatos do homem branco com eles aconteceram no final do século XIX e mostram que os cerca de 7 mil índios se dividiam em três grupos, os Irã’ãmranh-re (“os que passeiam nas planícies”), os Goroti Kumrenhtx (“os homens do verdadeiro grande grupo”) e os Porekry (“os homens dos pequenos bambus”). Destes, descendem os sete subgrupos kayapó atuais: Gorotire, Kuben-Krân-Krên, Kôkraimôrô, Kararaô, Mekrãgnoti, Metyktire e Xikrin.
Segundo dados do Instituto Socioambiental (ISA), em 2010 eles somavam 8.638 indivíduos. A maioria das relações que datam do período da descoberta e da exploração da Amazônia nos mostra que, ao contrário da grande maioria das tribos indígenas, os Kayapó não viviam concentradas ao longo do curso dos grandes rios navegáveis. Atualmente, o quadro permanece o mesmo (eles vivem em aldeias dispersas ao longo do curso superior dos rios Iriri, Bacajá, Fresco e de outros afluentes do caudaloso rio Xingu).
Janete Costa: Nosso Trajeto, Nossos Caminhos
A mostra faz uma retrospectiva das mostras de arte popular que passaram pelo Museu Janete Costa nestes três anos de funcionamento de grande atividade. A mostra reune obras que encantaram o público, de artistas como Mestre Vitalino, Manoel Eudócio, Adalton Fernandes, Jorge de Brito, Valeria Cavalcanti, Dim Brinquedim, Mudinho, pintores e pintoras naïf, no piso térreo.
Serviço
Exposições: “Espelho Quebrado” – “Arte Kayapó” – ‘Nosso Trajeto, Nossos Caminhos”
Visitação: de 24 de maio a 31 de julho de 2016
Horário: das 10h às 18h, de terça-feira a domingo.
Classificação: livre
Entrada Franca
Local: Museu Janete Costa de Arte Popular
Endereço: Rua Presidente Domiciano, nº 178-182, Boa Viagem, Niterói-RJ
Informações: (21) 3619.0820