Casa 264

Casa 264: Casarão centenário vira centro cultural em Niterói

Descubra o novo Centro Cultural Casa 264 em Niterói. Um charmoso casarão com arquitetura de 1930 e diversas atrações artísticas.

Centro Cultural Casa 264 | Foto: Soraya Albuquerque
Centro Cultural Casa 264 | Foto: Soraya Albuquerque

Quem passa pela Rua General Andrade Neves, 264, em São Domingos, tradicional bairro boêmio da Cidade Sorriso, recheado de Art Déco com suas construções seculares, depara-se com um charmoso casarão e sua bela arquitetura de 1930.

O local acolhe a “Casa 264”, novo espaço dedicado às artes, que tem como idealizadora e anfitriã a multiartista cearense radicada em Niterói, Bia Rodrigues. Com inauguração prevista para o dia 27 deste mês, o Centro Cultural terá diversos atrativos, que prometem um ambiente único na cidade.

Foto: Soraya Albuquerque

Caminhando pelo lugar, já é possível se sentir envolvido pelo clima da Casa 264, que tem em sua fachada uma impactante obra do duo de artistas do Acidum Project, Tereza e Robézio. O encanto começa a acontecer quando o amarelo entrelaçado com o movimento das pinturas alcança os olhos de quem passa pelo local. Os artistas, também cearenses, retratam nas paredes a essência e a força da ancestralidade brasileira em uma arte vibrante, um verdadeiro convite para entrar.

Teatro, áreas expositivas, varanda, espaço para residência artística, ambientes iluminados por uma esplêndida claraboia dão o tom ao espaço que pretende reunir artistas, público, estudantes e amantes das artes, em um ambiente singular, pensado e desenvolvido para receber e celebrar as mais variadas expressões artísticas.

Foto: Soraya Albuquerque

Para quem quiser relaxar no final do dia, a programação da Casa 264 conta com shows, performances, música e uma carta de drinks assinada pela premiada Bartender, Vitoria Oliver, que elaborou mixologias especialmente para o espaço, com sabores e aromas diretamente do Ceará, terra natal da especialista.

À frente da gestão da Casa 264, Bia é uma artista multidisciplinar: atriz, performer, escritora e um ser de alma bailante. Escolheu Niterói como morada, mas é cria da Terra da Luz, Fortaleza. Para Bia, a Casa é “um pedacinho de quase tudo”.

“Quando a idealizei, pensei especialmente na falta. O que falta? Eu queria unir o aconchego, a informalidade e o pertencimento que se extrai da palavra ‘casa’, com a criatividade, a inquietação e o ardor que as artes provocam nos sujeitos. Como artista, acho que o que as pessoas podem esperar é serem atravessadas pela experiência: imagine um lugar tocando uma brasilidade, onde há uma exposição acontecendo e você está com sua cerveja ou seu drink (autoral!!) na mão; ou vendo uma peça de teatro em um espaço totalmente inusitado; ou um filme na varanda. Imagina trabalhar ou se hospedar num lugar onde há algo tão pulsante acontecendo? Isso tudo é a Casa 264! O que eu quero com esse espaço é fazer com que as pessoas se sintam pertencentes, abraçadas. Acho que é isso que eu quero para mim. Por que não dividir isso com os outros?”

Foto: Soraya Albuquerque

Minuciosamente pensado, o Casarão passou por uma fase de obras que envolveu diversos artistas sob o olhar cuidadoso de Bia. Cada detalhe, de cada parte da casa tem um propósito e um significado. A produtora de arte, Paloma Buquer, pensou e executou o dressing dos quartos e do camarim a partir de filmes; já o Ateliê de Convivência Criativa, o Hall e o Terraço foram criados a partir dos temas centrais da Casa: brasilidade, arte em diversas linguagens e aconchego.

Já o bar, a sala reflexo e a recepção foram assinados pela consagrada cenógrafa, Gigi Barreto, trazendo memória, aconchego e muito verde ao espaço, através do paisagismo da VerdeBege.

Foto: Soraya Albuquerque

“A Casa 264 é um lugar multi: abrange um Centro Cultural, com Teatro, Galeria e Ateliê Coletivo, além de espaços cenográficos para fotos e eventos. A Guest House é uma opção turística e cultural para quem quer visitar a cidade e ficar em um lugar não convencional. Os espaços cenografados podem ser alugados por diária e o Teatro e Galeria também. O ateliê de convivência criativa (similar a um coworking) é um espaço de criação de ideias e projetos. Também é alugado por diária ou mensal”, explica a anfitriã.

Já com inscrições abertas, a Casa 264 promove um curso de fotografia promovido pela fotógrafa Soraya Albuquerque que tem como proposta, através de dinâmicas, exercícios, pautas teóricas e aulas práticas, desenvolver o estímulo sensorial da fotografia, incentivando os participantes a experimentar e explorar outras possibilidades do processo fotográfico.

Uma imersão sensível, com práticas, debates, provocações e uma exposição final aberta ao público para assinar a estética original que nasce desse processo. Um curso horizontal para todos que se interessam pelo tema.

Em síntese, música, literatura, guest house, residência artística, cursos, turismo cultural, gastronomia, teatro, performance e muitas outras atrações fazem parte do projeto pensado por Bia. Como premissa, a “Casa 264” é, antes de tudo, um lugar de afeto, experiência e trocas.

Foto: Soraya Albuquerque

A Casa quer reivindicar o resgate à presença: um lugar que acende a chama da experiência artística. Todo o conceito e a programação estão sendo elaborados com o objetivo de fomentar as culturas, o intercâmbio e os encontros.

“Eu sinto cheiro de mar, de gelo seco; do café que minha avó fazia. A casa é brasilidade, é Ceará e Rio de Janeiro; uma mistura do antigo com o novo. Um lugar que tira a arte do lugar sacralizado e institucional e traz para dentro de casa. Para mim, a experiência acontece na informalidade, no riso, no inesperado, e é isso que eu quero que a Casa 264 seja. Um lugar para ver, viver, sentir e apreciar as diversas expressões de arte, se sentindo em casa”, destacou Bia.

A Casa é um espaço recheado de memórias sensoriais que evocam o cheiro do mar, de gelo seco e do café feito com carinho por todas as avós do país. Incorporando elementos de brasilidade, mesclando características do Ceará e do Rio de Janeiro em uma harmoniosa fusão do antigo com o novo. Este ambiente é concebido como um lugar que desloca a arte dos ambientes sacralizados e institucionais para o ambiente doméstico.

A experiência na Casa 264 é caracterizada pela informalidade, pelo riso e pelo inesperado, buscando-se criar um espaço onde as diversas expressões artísticas possam ser vistas, vividas, sentidas e apreciadas como se estivessem em casa.

  • Inauguração da Casa 264
  • Local: Rua General Andrade Neves, 264, São Domingos, Niterói
  • Data e hora: 27 de julho, a partir das 19 horas
  • Entrada Franca, sujeita a cobrança de couvert artístico.

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