Estamos aqui, mais um mês, lutando a batalha dos artistas independentes e dos selos que lançam novidades. Recebi um email do querido Vitor Salles, que leu as colunas anteriores, contando novidades sobre sua carreira e seu selo, O Chá Music.
Ele diz: “Olha como o tempo voa e o mundo dá voltas, por volta de 2014 ou 2015 eu te entrevistei pela web RadioPlantaSom num projeto/show da banda Giras Gerais no Teatro Popular Oscar Niemeyer de Niterói”. Ele tem razão. Naquela época consegui espaço no Pop para fazer um projeto do selo Astronauta – aliás, a primeira vez que o Chico Chico fez um show em Niterói. Na mesma leva apresentei artistas como Giras Gerias, Matheus Nicolau e Lanzé.
Vitor Salles continua: “Eu me mudei para os EUA (Denver-CO) em 2016 onde tentei continuar com a minha rotina de compor outside, o que fazia no meio da semana virando noites em Itacoatiara. Mas passei por desventuras escutando coiotes e ficando na paranoia de algum ataque, depois achei um campo de basebol cercado onde me senti mais seguro, mas os hidrantes não ajudaram e finalmente, boa parte do ano neva! Nem tomando umas doses de whiskey deu para suportar o frio”, comentou. “Desisti, comprei uma interface, uns instrumentos, montei um home studio e iniciei um novo estágio de compor e gravar. Mostrei o que eu vinha produzindo para o Marcello Pimenta, antigo parceiro da banda Donos do Chá hoje morando em Nova Iorque, Hampton Bays! Ele curtiu e vinha produzindo algo também, então surgiu a ideia de trocarmos arquivos das músicas novas e convocar o Rodrigo Bola Rodrigues, que estava morando em Visconde de Mauá, assim reativando a banda rebatizada de O Chá depois de 3 décadas, através de gravações à distância, em 2017”.
Vitor Salles sempre batalhou pela música independente de Niterói, assim como seu irmão, Claudio Salles (Pop Goiaba). “Em 2018 lançamos o álbum Ruído na Rede, o qual destaco uma música feita em homenagem a Niterói, Vanguarda Nostálgica e a Micróbios do Universo, que tem uma vibe tipo a música Portugal de Navio, dos Mutantes”. Ou seja: a banda Donos do Chá, que iniciou em 1989, tinha a proposta de resgatar o rock nacional da década de 70 e trabalhar músicas autorais num estilo rock psicodélico. O tempo passou. E, como diria Renato Russo, “mudaram as estações/nada mudou”.
A banda de hoje, O Chá, lançou o EP Black – Vol. 1 e há pouco tempo fez o projeto Baú do Chá. “Fizemos a remasterização e as releituras de músicas antigas como Vaga-Lume e Sendo Assim, que contaram com a participação na guitarra de um irmão nosso, Leandro Souto Maior, da Casa Beatles, em Visconde de Mauá”, diz Salles. “Passei por dois insights sobre propósito de vida e a composição se revelou como o meu propósito. Meus parceiros compõem muito bem e na banda O Chá não cabia as diversas músicas que surgiram, então criei o projeto Vitor Salles Experiment. A banda se tornou uma editora e selo, O Chá Music. Passamos a lançar artistas de Niterói e do mundo, recolher e repassar seus direitos autorais dos fonogramas disponibilizados em todas as plataformas digitais. Entre esses artistas estão o Claudio Schott (do querido bar São Dom Dom), Paulo Vinna, Gustavo Dvoran, João Pinaud, André Barroso, Fishgroove, Tony Scobino, Ludmilla Brazil, John Ludlow entre outros”, explicou pra nossa coluna.
Agora, você, leitor, pode conferir o trabalho que O Chá Music faz – dos EUA para o Brasil, diretamente para Niterói. Confira os links! Mande seu material pra gente no email [email protected] – e até a próxima coluna.
