
Rio de Janeiro - Nesta segunda-feira (9), uma operação policial autorizada pelo governador Cláudio Castro, novamente no horário da manhã, quando trabalhadores estão se deslocando para seus locais de trabalho, acontece no Complexo da Maré, na Zona Norte do Rio de Janeiro, e paralisou parte da cidade provocando momentos de tensão, pânico e medo para moradores e motoristas. A ação, parte da Operação Torniquete, liderada pela Polícia Civil do RJ, tem como foco o combate ao roubo de cargas e veículos, atividades associadas a facções criminosas que atuam na região.
Ação policial e clima de confronto
A operação contou com o suporte de um helicóptero e cinco blindados. Durante o início da ação, moradores relataram intensos tiroteios na área, enquanto um evento de forró ocorria no Parque União. O impacto foi sentido além das comunidades, com a interdição de duas das principais vias expressas da cidade, que registraram tiroteio: a Linha Amarela e a Avenida Brasil.
Os alvos principais da operação eram membros do Comando Vermelho (CV), incluindo Rodrigo da Silva Caetano, conhecido como Motoboy, e Jorge Luís Moura Barbosa, o Alvarenga. Ambos são suspeitos de liderar esquemas de roubo de cargas e veículos, cujo lucro financia a compra de armamentos e sustenta financeiramente membros da facção criminosa e seus familiares.
Resultados da operação
Até o momento, foram registrados:
- 2 suspeitos mortos;
- 3 homens presos, incluindo Luiz Mário dos Santos Júnior, o Mário Macaco, líder do CV;
- Apreensão de 3 fuzis, 2 pistolas, 1 granada, além de drogas, munições e dezenas de veículos roubados.
Segundo André Neves, diretor do Departamento de Polícia Especializada, a operação mira não apenas os roubadores e receptadores, mas também as estruturas financeiras que sustentam o crime organizado na região.
Impacto nas vias expressas
Fechamentos e Confrontos
- Linha Amarela: Bloqueada em ambos os sentidos por volta das 7h40 e liberada posteriormente. A interdição ocorreu após relatos de um arrastão envolvendo criminosos em fuga.
- Avenida Brasil: Policiais foram vistos em movimentação intensa na altura da Fiocruz. Tiros foram registrados, e a via foi fechada temporariamente.
Motoristas, assustados, abandonaram seus veículos e buscaram proteção atrás de muretas de concreto. Um carro em chamas também foi flagrado no início da Linha Amarela, na altura da Ilha do Fundão, embora a causa do incêndio ainda seja desconhecida.
Organização criminosa no alvo
De acordo com a Polícia Civil, as ordens para as ações criminosas na Maré vêm de lideranças do Complexo da Penha, como Edgar Alves Andrade, o Doca. A facção é responsável por estruturar apoio logístico para a prática de crimes em diversos bairros do Rio de Janeiro e na Região Metropolitana.
Forças envolvidas
Participaram da operação:
- Delegacia de Roubos e Furtos de Automóveis (DRFA);
- Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas (DRFC);
- Coordenadoria de Recursos Especiais (Core).
A Polícia Militar também atuou nas comunidades da Vila do João, Timbau, Vila Pinheiros e Baixa do Sapateiro, reforçando o cerco na região.