
Rio de Janeiro - O Complexo Lagunar da Zona Sudoeste do Rio — que abrange Barra da Tijuca, Jacarepaguá e Recreio dos Bandeirantes — vai ganhar um novo sistema de transporte público: o Lagunar Marítima.
O projeto prevê 5 terminais, 6 estações, 8 linhas de barcos e integração com o Bilhete Único Carioca, com tarifa de R$ 4,70. A expectativa é transportar até 85 mil pessoas por dia, oferecendo mais qualidade de vida, alternativas de deslocamento e redução do tráfego em vias como as avenidas das Américas e Ayrton Senna.

Investimento e contrato
A implantação será feita por meio de uma Parceria Público-Privada (PPP), conduzida pela CCPar. O Consórcio Lagunar Marítimo, vencedor da licitação, assinou contrato de 25 anos e deverá investir R$ 101,6 milhões no projeto, valor que pode ser ampliado.
Segundo o prefeito Eduardo Paes, o sistema vai transformar a mobilidade da região:
“Esse transporte promete mudar a realidade de milhares de trabalhadores de Rio das Pedras, Gardênia e Muzema, que poderão se deslocar de forma mais rápida e confortável.”
Terminais, estações e linhas previstas
O consórcio tem até 36 meses para construir os seguintes terminais obrigatórios:
- Gardênia Azul
- Jardim Oceânico/Metrô
- Linha Amarela
- Muzema
- Rio das Pedras

E seis estações/píeres: Arroio Pavuna, Barra Shopping, Bosque Marapendi, Parque Olímpico, Salvador Allende e Vila Militar.
As oito linhas obrigatórias incluem:
- Rio das Pedras x Linha Amarela (expressa)
- Rio das Pedras x Jardim Oceânico (expressa)
- Rio das Pedras x Barra Shopping (expressa)
- Muzema x Jardim Oceânico (expressa)
- Linha Amarela x Muzema x Metrô
- Bosque Marapendi x Jardim Oceânico (expressa)
- Circular Lagoa de Jacarepaguá
- Gardênia x Jardim Oceânico (expressa)
As obras estão previstas para iniciar no primeiro semestre de 2027.
Frota e embarcações
Os barcos deverão ter capacidade entre 42 e 120 passageiros, cabine protegida contra chuva e vento, assentos estofados, iluminação noturna e acessibilidade. O consórcio deverá manter ainda uma frota reserva de 10%.
A frota inicial só poderá ter embarcações com até 5 anos de fabricação e todas precisarão atender às normas da Autoridade Marítima.
Investimento ambiental
Além do transporte, o projeto está atrelado à revitalização do complexo lagunar. A concessionária Iguá Saneamento tem a obrigação de investir R$ 250 milhões em desassoreamento e despoluição, com prazo até agosto de 2026.
Convivência com os barqueiros locais
O edital garante a continuidade da atividade tradicional dos barqueiros da região, que atendem moradores das ilhas da Gigoia, Primeira e outras. Eles não concorrerão nas rotas do sistema oficial nem no preço da tarifa.