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Rio será a 1ª cidade do Brasil a monitorar motociclistas de app

Rio será a 1ª cidade do Brasil a monitorar motociclistas de app com telemetria.

Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil
Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

O Rio de Janeiro será a primeira cidade do país a implementar o monitoramento por telemetria em motociclistas de aplicativo. A novidade, anunciada pela 99, começará a funcionar no último trimestre deste ano e deve impactar diretamente a segurança nas ruas da capital fluminense.


Como funciona a telemetria

O Relatório de Direção com Telemetria vai identificar em tempo real:

  • Freadas bruscas
  • Curvas perigosas
  • Excesso de velocidade
  • Outros comportamentos de risco

Cada motociclista receberá uma pontuação e poderá acompanhar seu desempenho. Em caso de reincidência de infrações, o condutor pode até ser bloqueado pela plataforma.

Segundo o diretor de negócios da 99, Leandro Abecassis, o objetivo não é punir, mas educar:

“Mais do que punir, o principal objetivo é informar que o comportamento deve ser ajustado. A ideia é reduzir acidentes e salvar vidas.”


Parceria com a Prefeitura do Rio

O projeto faz parte de uma parceria firmada em maio com a Prefeitura do Rio de Janeiro, que prevê o compartilhamento de dados com a CET-Rio. As informações serão usadas no planejamento urbano e no desenvolvimento de políticas públicas para aumentar a segurança no trânsito.

A tecnologia já é utilizada há 5 anos na China pela DiDi Chuxing, empresa global que controla a 99, e no Brasil conta com apoio do Instituto Mauá de Tecnologia (IMT).


Aumento da frota de motos preocupa

De acordo com a Senatran, a frota de motocicletas no Rio passou de 305 mil em 2018 para 462 mil em 2025, um crescimento de mais de 50%.

Esse aumento impacta diretamente o sistema público de saúde: de janeiro a junho deste ano, foram 14.497 vítimas de acidentes com motos atendidas nos hospitais de urgência e emergência da rede municipal.


Impactos na segurança

Dados da pesquisa Instituto Cordial:

  • Em 2024, o Rio registrou 9 sinistros leves a cada 1 milhão de viagens por app, acima da média nacional (5 por milhão).
  • Nos casos graves, a taxa do Rio foi inferior à média nacional.
  • Sinistros com mortes são menos de 1 a cada 1 milhão, tanto no Rio quanto no Brasil.
  • As corridas monitoradas por app são 12 vezes mais seguras do que deslocamentos pessoais ou mototáxis não regulados.

Debate sobre velocidade

Especialistas reforçam que o excesso de velocidade é um dos principais fatores de risco. A Federação Mundial do Transporte alerta:

  • Atropelamento a 30 km/h → risco de morte de 15%.
  • Atropelamento a 70 km/h → risco de morte de quase 100%.

Para a professora Marina Baltar (UFRJ), é urgente rever limites de velocidade nas vias expressas do Rio.


Saúde pública em alerta

O ortopedista Marcos Musafir, da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT), alerta que mesmo acidentes considerados leves podem gerar lesões graves e incapacitantes.

A entidade lançou em 2025 a campanha “Na Moto, Na Moral – não mate, não morra”, chamando atenção para a necessidade de reduzir acidentes de motocicleta no país.