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Rio antecipa fim de contratos de ônibus e assume linhas

Prefeitura do Rio rompe com consórcios de ônibus e vai assumir 23 linhas em junho. Frota será renovada e climatizada até novembro.

Trabalhadores usam ônibus em deslocamento na volta para casa, na região da Praça Tiradentes. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
Trabalhadores usam ônibus em deslocamento na volta para casa, na região da Praça Tiradentes. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Rio de Janeiro - A Prefeitura do Rio de Janeiro firmou um acordo com os quatro consórcios de ônibus que operam na cidade – Transcarioca, Transoeste, Intersul e Internorte – para antecipar o encerramento dos contratos de concessão, que inicialmente terminariam apenas em 2028. O pacto foi selado na tarde desta quarta-feira (1º) durante audiência no Tribunal de Justiça, e agora aguarda homologação do Ministério Público. As primeiras mudanças devem ocorrer já em junho, com a municipalização de 23 linhas de ônibus da Zona Oeste, que passarão a ser geridas pela Mobi-Rio ou via aluguel temporário de veículos.

O vice-prefeito Eduardo Cavaliere afirmou que o foco será a melhoria imediata do serviço prestado à população:

“Vamos começar pelas linhas mais precárias, como fizemos com os BRTs. O objetivo é garantir mais qualidade para quem depende do transporte público”, declarou.

Nova configuração do transporte coletivo

As linhas que serão assumidas em primeiro lugar foram definidas com base no Índice de Qualidade de Transportes (IQT), que avalia itens como conservação dos veículos, idade da frota e cumprimento da oferta determinada pelo poder público. Entre as primeiras afetadas estão:

  • 731 (Campo Grande – Marechal Hermes)
  • 765 (Mendanha – Deodoro)
  • 870 (Santa Cruz – Sepetiba)
  • 804 (Campo Grande – Curral Falso)
  • 893 (Jardim Palmares – Campo Grande)

Segundo o procurador-geral do município, Daniel Bucar, a transição será gradual, com as novas operadoras convivendo com os consórcios até o fim definitivo dos contratos.

Modelo de concessão será reformulado

Cavaliere adiantou que o novo modelo de concessão de transporte público será diferente daquele implantado em 2010. Ao invés de grandes lotes concentrados por consórcio, o sistema será mais pulverizado, com previsão de cerca de 40 contratos menores, que incluirão tanto linhas rentáveis quanto deficitárias.

“Já temos um plano de transição fechado, que será divulgado em breve”, acrescentou o vice-prefeito.

Climatização da frota e verba desbloqueada

Durante a audiência, foi fechado ainda um novo acordo sobre a climatização dos coletivos. Os consórcios se comprometeram a retirar de circulação os últimos 200 ônibus sem ar-condicionado até o dia 1º de novembro. Para viabilizar a renovação da frota, a prefeitura liberará R$ 70 milhões retidos em juízo.

O presidente do Rio Ônibus, João Gouveia, destacou que parte desse montante será investido em veículos com ar-condicionado.

O valor depositado em conta judicial é resultado de uma disputa antiga entre prefeitura e consórcios, envolvendo descumprimento de cláusulas contratuais sobre climatização.

Linhas que terão operadores trocados

Confira as linhas de ônibus que passarão a ser operadas pela prefeitura:

  • 731, 765, 770, 771, 790, 796, 798, 804, 821, 822, 825, 826, 833, 840, 841, 842, 849, 868, 869, 870, 892, 893, 936