
A Prefeitura do Rio de Janeiro anunciou oficialmente, nesta sexta-feira (6), a criação da Divisão de Elite da Guarda Municipal, batizada de Força Municipal, que terá atuação ostensiva e preventiva no combate a furtos e roubos em espaços públicos. O lançamento foi feito pelo prefeito Eduardo Paes, após a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que ampliou o papel dos municípios na área da segurança pública.
A nova tropa especializada será composta por guardas municipais armados, com treinamento específico, atuação planejada por dados e foco nas regiões mais afetadas pela criminalidade. A integração com outras forças de segurança, como a Polícia Militar e Civil, está garantida para garantir maior efetividade nas ações.
Agentes com foco em presença territorial e dados em tempo real
Segundo Eduardo Paes, o conceito da Força Municipal é simples e direto: presença nas ruas, inteligência territorial e disciplina. Os guardas serão selecionados com critérios rigorosos, receberão capacitação contínua e atuarão com base em informações da mancha criminal, promovendo uma atuação estratégica e direcionada.
“Queremos agentes com foco na prevenção, que atuem com respeito ao cidadão e ajudem a restabelecer a ordem nos espaços urbanos, sem substituir a polícia, mas trabalhando em conjunto com ela”, declarou o prefeito.
Novo comando e estrutura com tecnologia de ponta
Durante coletiva de imprensa no Centro de Operações e Resiliência (COR), Paes anunciou mudanças na gestão: o atual secretário da Seop, Brenno Carnevale, assumirá a liderança da nova divisão, enquanto Marcus Belchior, do COR, será o novo secretário de Ordem Pública.
Cada guarda atuará com equipamentos modernos, como câmeras corporais, rádios com bloqueio de desligamento e monitoramento via GPS, além de ter uma missão diária definida (QMD). A fiscalização será feita por corregedoria, ouvidoria e acompanhamento do Ministério Público, assegurando transparência e controle social.
Estratégia baseada no modelo de Nova York
A operação da Força Municipal será inspirada no sistema Compstat, utilizado pela polícia de Nova York, que combina dados estatísticos com reuniões estratégicas periódicas para direcionar ações. O prefeito terá encontros regulares com a cúpula da Guarda para analisar relatórios, definir prioridades e coordenar esforços com base em evidências científicas.
Estudos apontam que 50% dos crimes como furtos e roubos de rua estão concentrados em apenas 5,3% do território carioca, reforçando a importância da atuação territorializada e orientada por dados concretos.
Seleção interna para compor a Força Municipal já começou
Foi publicado o edital de seleção interna para os atuais agentes da Guarda Municipal do Rio (GM-Rio). Eles poderão se inscrever até o dia 12 de junho para concorrer a uma das 600 vagas disponíveis, divididas em duas turmas. A formação incluirá treinamento com armamento, capacitação física e psicológica e exames médicos.
As aulas da primeira turma, com início em setembro, serão ministradas pela Polícia Rodoviária Federal. Já a segunda começa o curso em novembro. Todos os selecionados passarão por capacitação técnica e prática contínua.
Novo padrão de segurança urbana
O prefeito ressaltou que a Força Municipal não atuará em ocorrências pelo 190 ou 1746, nem em ações de combate ao crime organizado ou em operações policiais. A missão será exclusiva para a prevenção de delitos em áreas urbanas críticas.
“Queremos guardas altamente preparados, com remuneração compatível e foco total na missão. A Força Municipal representa um novo patamar de policiamento preventivo, com tecnologia, inteligência e planejamento territorial. É um passo importante na forma como o município do Rio contribui para a segurança pública”, completou Paes.