O Parque Natural Municipal de Nova Iguaçu, um dos maiores remanescentes de Mata Atlântica da Região Metropolitana do Rio de Janeiro, está fechado por tempo indeterminado. A suspensão das atividades foi anunciada pela administração do parque, que citou motivos de insegurança pública, sem detalhar um prazo de reabertura.
Situado no Maciço do Mendanha, o parque abrange mais de 1.100 hectares e é conhecido pelas trilhas ecológicas, cachoeiras, mirantes naturais e por sua rica biodiversidade. Porém, o local, antes um polo de ecoturismo e educação ambiental, vem sendo evitado pela população devido ao avanço da criminalidade e à falta de medidas eficazes de segurança pública.

Relatos de moradores e frequentadores indicam o aumento da presença de homens fortemente armados nas trilhas, consumo de drogas nas vias de acesso e até mesmo o abandono do espaço, com acúmulo de lixo e deterioração da infraestrutura. Em anos anteriores, o parque já havia sido temporariamente fechado por motivos semelhantes, sem que houvesse uma solução definitiva.
Até o momento, a Prefeitura de Nova Iguaçu não se pronunciou oficialmente sobre o fechamento, nem apresentou medidas emergenciais para reverter o quadro.


Para Adriano Dias, fundador da organização ComCausa e criador da campanha Defesa da Vida, a situação revela o abandono estrutural dos territórios da Baixada Fluminense. “Estamos falando de um patrimônio ambiental e social fundamental para a população, que está sendo literalmente sequestrado pela criminalidade e pela omissão das autoridades. Defender o parque é também defender o direito à vida, ao lazer e à dignidade das pessoas”, declarou.

Entidades da sociedade civil cobram uma resposta urgente, incluindo a retomada do controle do parque, ações coordenadas entre órgãos de segurança e investimentos em revitalização ambiental e turística. Enquanto isso, a população permanece privada de um dos seus principais refúgios naturais — um retrato da desigualdade e do abandono das periferias fluminenses.