
Um dia após a maior operação policial no Rio de Janeiro em 15 anos, denominada “Operação Contenção”, a cidade se depara com uma cena de horror. Ativistas e moradores retiraram mais de 70 corpos de áreas de mata nos Complexos da Penha e do Alemão, elevando o número total de mortos para potencialmente mais de 130, considerando as 64 vítimas confirmadas no dia da ação, incluindo quatro policiais.
Dezenas de corpos foram levados por moradores para a Praça São Lucas, na Penha, onde foram posteriormente recolhidos pelos bombeiros.
A Federação das Associações de Favelas do Rio (Faferj) emitiu uma carta pública repudiando o que chamou de “massacre”. O documento descreve relatos de “execuções sumárias, violação de domicílios e impedimento de socorro a feridos”, acusando a política de segurança de ser “falida e genocida”, que trata os moradores como “cidadãos de segunda categoria”.
Em contraponto, o governador defendeu a megaoperação, afirmando que foi planejada ao longo de seis meses e teve aval do Judiciário. Especialistas, no entanto, criticaram a ação. Para Jacqueline Muniz, da UFF, a operação foi uma “lambança político-operacional” que falhou em seu objetivo de conter o crime e gerou um impacto devastador na população.