Jards Macalé
Foto: Leo Aversa / Divulgação

A música brasileira se despede de um de seus “anjos tortos”. O cantor, compositor e violonista Jards Macalé, autor de “Vapor Barato”, morreu nesta segunda-feira (17), no Rio de Janeiro, aos 82 anos. A morte, confirmada nas redes sociais do artista, gerou comoção entre fãs, músicos e admiradores de sua trajetória na MPB.

Morte de Jards Macalé no Rio de Janeiro

O músico Jards Macalé, conhecido como “anjo torto” da MPB, morreu nesta segunda-feira (17), aos 82 anos, no Rio de Janeiro. A informação foi divulgada no perfil oficial do artista nas redes sociais, onde sua equipe comunicou o falecimento e agradeceu o carinho do público.

Autor de clássicos como “Vapor Barato”, Macalé estava internado na Barra da Tijuca, na Zona Sudoeste do Rio, tratando uma infecção pulmonar, e sofreu uma parada cardíaca após cerca de duas semanas de hospitalização.

Segundo nota publicada por seus familiares e equipe, o músico chegou a acordar de uma cirurgia cantando “Meu Nome é Gal”, em homenagem à amiga Gal Costa, gesto que reforça a maneira como ele misturava humor, afeto e arte até os últimos dias.

O legado do “anjo torto” da MPB

Ícone da música popular brasileira, Jards Macalé construiu uma carreira marcada pela experimentação, pela irreverência e por uma postura crítica diante do país. Conhecido também como um dos “malditos da MPB”, ele atravessou décadas como referência para diferentes gerações de artistas, sem abrir mão da própria linguagem artística.

Parceiro de nomes como Waly Salomão, Torquato Neto e Gal Costa, Macalé ajudou a renovar a canção brasileira, cruzando samba, rock, blues, poesia e referências da contracultura. O disco “Jards Macalé”, de 1972, é frequentemente citado como um marco da discografia brasileira e consolidou a imagem do compositor como o “anjo torto” que desafinou o coro dos contentes.

Mesmo aos 82 anos, o artista seguia em atividade, em shows e projetos que celebravam seus 60 anos de carreira, aproximando suas canções de um público mais jovem e reafirmando seu lugar como um dos criadores mais livres e influentes da MPB.

Repercussão e impacto cultural

A notícia da morte de Jards Macalé rapidamente repercutiu nas redes sociais, onde fãs, músicos e críticos destacaram seu papel como símbolo de liberdade artística. As mensagens lembram o músico como “mestre”, “farol de liberdade” e figura essencial para quem busca uma música brasileira menos óbvia, mais arriscada e profundamente poética.

Para além de sucessos como “Vapor Barato”, Macalé deixa um repertório que atravessa gerações e influenciou artistas da MPB contemporânea, do samba experimental ao indie brasileiro. Sua partida representa não apenas a perda de um compositor importante, mas o fim de uma presença fundamental na construção de uma música brasileira inquieta, crítica e afetiva.