
Durante o fim de semana da Cúpula dos Líderes do Brics, realizada no Rio de Janeiro neste domingo (6) e segunda-feira (7), a Força Aérea Brasileira (FAB) realizou uma série de ações de segurança para proteger o espaço aéreo da cidade. Foram interceptadas três aeronaves, detectados 81 drones e negadas 170 solicitações de voos de drones.
As medidas fazem parte da operação coordenada pelo Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea), em conjunto com a Secretaria de Estado de Polícia Militar (SEPM), o Departamento de Polícia Federal (DPF) e o Exército Brasileiro.
Monitoramento aéreo rígido e tecnologia anti-drones
As ações de segurança se concentram no Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), onde atuam militares do Subdepartamento de Operações do Decea e do Centro Regional de Controle do Espaço Aéreo Sudeste (CRCEA-SE). A atuação também conta com a Central de Monitoramento Anti-Drones (CMA) da Polícia Federal, que identifica drones irregulares, localiza pilotos e fornece dados sobre os equipamentos (modelo e número de série).
Após a detecção de drones, as equipes de campo realizam abordagens e aplicam sanções previstas por violação das regras do tráfego aéreo.
“Esse tipo de cooperação reforça a segurança e permite aprimorar a regulamentação aérea no país”, afirmou o tenente Leandro Claro dos Santos, do Decea.
Aviões interceptados por caças armados com mísseis
Entre sábado (5) e a tarde de domingo (6), três aviões de pequeno porte invadiram o espaço aéreo restrito e foram interceptados por caças Super Tucano da FAB, armados com mísseis. Dois voos ocorreram no sábado e um no domingo. As aeronaves foram escoltadas para fora da área de exclusão e estão sob investigação.
“Foram voos que entraram inadvertidamente, talvez por inobservância. A FAB acompanhou e conduziu a saída das aeronaves”, disse o tenente-coronel Deoclides Fernandes, do Centro de Gerenciamento da Navegação Aérea.
Área de exclusão aérea cobre até 150 km de raio
Durante o evento, a FAB ativou áreas de exclusão aérea em três níveis, com restrições para voos comerciais, turísticos, agrícolas, acrobáticos, de instrução e uso de drones ou parapentes:
- Raio de 150 km do Museu de Arte Moderna (MAM): área de proibição total de voos.
- Raio de 10 km: somente aeronaves envolvidas na organização do Brics podem operar.
- Área de 1.350 x 955 metros entre o MAM e o Aeroporto do Galeão: apenas o helicóptero de resgate da FAB tem permissão de voo.
A medida fica em vigor até as 18h desta segunda-feira (7).
Mísseis integram esquema de segurança pela primeira vez
Pela primeira vez, os caças F-5M da FAB estão armados com mísseis durante o monitoramento da cúpula. A novidade visa reduzir o tempo de reação diante de possíveis ameaças aéreas, segundo o tenente-brigadeiro do Ar Alcides Teixeira Barbacovi, comandante de Operações Aeroespaciais.
O Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE) também ativou protocolos especiais uma hora antes e depois das reuniões no MAM, ampliando o controle e a vigilância aérea.