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Ex-porta-voz da PM é transferido após confusão em prédio no Rio

Saiba mais sobre a transferência do ex-porta-voz da PM após episódio polêmico em prédio no Rio de Janeiro.

Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil
Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

Rio de Janeiro - O tenente-coronel Ivan Blaz, ex-porta-voz da Polícia Militar, foi transferido para a Diretoria Geral de Pessoal — conhecida como a “geladeira” da corporação — após um episódio polêmico em um prédio na Zona Sul do Rio de Janeiro. O incidente, que ocorreu no dia 10 de janeiro, na Avenida Rui Barbosa, no Flamengo, culminou com sua exoneração do comando do 2º BPM (Botafogo).

A confusão no prédio

Câmeras de segurança e filmagens feitas por moradores registraram o momento em que Blaz, acompanhado de uma policial à paisana, abordou o porteiro do prédio em busca de informações sobre um traficante. Vestindo bermuda, chinelo, óculos de sol e com uma camiseta amarela amarrada na cabeça, Blaz segurava uma sacola de supermercado e uma latinha. Sua colega estava de calça jeans, sandália e blusa branca.

As imagens mostram os dois permanecendo na calçada por cerca de cinco minutos antes de entrarem no condomínio pela garagem, aproveitando a saída de alguns moradores. Já dentro do prédio, as gravações mostram o porteiro sendo imobilizado no chão enquanto Blaz o questionava: “Você está na sacanagem, você sabe.” A policial complementa: “Deixa que na hora certa você vai falar, a hora de você colaborar passou.”

Objetivo da abordagem

Segundo informações apuradas, Blaz estaria investigando o paradeiro de Álvaro Malaquias Santa Rosa, conhecido como Peixão, um dos traficantes mais procurados do Rio de Janeiro e chefe do Terceiro Comando Puro no Complexo de Israel, na Zona Norte. A suspeita era de que Peixão estaria no local visitando o pai, um idoso de 70 anos, mas não há confirmação de que ele residisse no condomínio.

Invasão e repercussão

A administração do prédio relatou que Blaz e sua colega vasculharam o local, chegando a invadir o apartamento da síndica. Eles teriam usado o momento de saída de funcionários para render o porteiro, se identificado como policiais e alegado estarem ali devido a uma denúncia anônima.

O susto gerado pelas ações levou moradores a acionarem a polícia via 190. A PM compareceu ao local, mas nenhum dos envolvidos foi detido.

Consequências

Após o episódio, Blaz foi exonerado do comando do 2º BPM e transferido para a Diretoria Geral de Pessoal, conforme boletim interno da Polícia Militar. A medida reflete o impacto negativo do caso, que ganhou ampla repercussão.