
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) foi oficialmente contratado para liderar o projeto de revitalização da antiga Estação Leopoldina, localizada no coração do Centro do Rio de Janeiro.
A iniciativa, articulada em parceria com a Secretaria do Patrimônio da União (SPU), ligada ao Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), e a Prefeitura do Rio, visa recuperar e requalificar uma área de 124 mil m².
O contrato foi assinado nesta segunda-feira (9), na sede do BNDES, com a presença do presidente do banco, Aloizio Mercadante, da ministra Esther Dweck, do diretor Nelson Barbosa e do prefeito Eduardo Paes.
Divisão do terreno e primeiros passos
Dos 124 mil m² do antigo terminal ferroviário, 34 mil m² foram cedidos pela União ao município para a restauração do edifício da Estação, como parte do programa Imóvel da Gente, que promove a democratização de imóveis públicos. A Prefeitura iniciou a restauração do prédio em julho de 2024, com entrega prevista para o segundo semestre de 2026.
Os 90 mil m² restantes, ainda sob posse provisória do município, serão incluídos na modelagem técnica conduzida pelo BNDES, com foco em usos múltiplos, habitação social e infraestrutura pública.

Função do BNDES na revitalização
O BNDES será o responsável por coordenar os estudos técnicos, integrando os trabalhos dos consultores contratados e avaliando as propostas e documentos elaborados. A proposta é transformar uma área subutilizada, localizada em região com plena infraestrutura urbana, e reativar o potencial do prédio tombado pelo Iphan desde 2008.
“A recuperação da Estação Leopoldina é crucial para o futuro urbano do centro do Rio. Vamos propor soluções sustentáveis, com moradia acessível e valorização cultural”, declarou Aloizio Mercadante, presidente do BNDES.
Estação Leopoldina no “Masterplan Rio”
A Estação é um dos 46 imóveis públicos incluídos no “Masterplan Rio”, estudo financiado com R$ 2 milhões do Fundo de Estruturação de Projetos (FEP) do BNDES. Lançado em dezembro de 2023, o plano tem como meta reverter o esvaziamento populacional do centro e estimular novos usos urbanos para imóveis públicos abandonados.
A Companhia Carioca de Parcerias e Investimentos (CCPAR) é o braço operacional da Prefeitura neste projeto, que pretende transformar a região central em um novo polo de convivência, moradia e serviços.
“A Leopoldina é um ícone carioca. Já temos planos para a Cidade do Samba do grupo de acesso e para a revitalização do prédio da Barão de Mauá. Agora, queremos incluir universidade, moradias e centros culturais”, afirmou o prefeito Eduardo Paes.

Imóvel da Gente: nova vida para imóveis públicos ociosos
Criado pelo governo federal, o programa Imóvel da Gente tem como objetivo transformar imóveis desocupados da União em espaços de uso coletivo, com foco em áreas como educação, cultura, saúde e assistência social.
A ministra Esther Dweck destacou que a ação na Estação Leopoldina atende a um pedido direto do presidente Lula:
“Nosso compromisso é acabar com prédios públicos vazios. Esse é um terreno estratégico no Rio. Com o apoio técnico do BNDES, vamos dar uma nova vida à região”, disse.
Patrimônio histórico e importância cultural
Inaugurada em 1926, a Estação Barão de Mauá (Leopoldina) foi idealizada para ligar o Rio a Petrópolis, São Paulo e Minas Gerais. Durante décadas, foi o maior terminal ferroviário da cidade, até ser desativada nos anos 2000. O prédio foi tombado pelo Iphan em 2008, e agora se prepara para um novo capítulo como ponto de referência cultural e social da cidade.