
Um grande cardume chamou a atenção de banhistas e moradores nesta sexta-feira (26/12) ao formar uma mancha escura de quase 1 quilômetro no mar entre as praias do Leme e de Copacabana, no Rio de Janeiro. A linha de peixes era visível desde a altura do Leme até a região próxima ao Copacabana Palace, criando um cenário incomum na orla.
Em alguns trechos, banhistas que ultrapassaram a zona de arrebentação chegaram a nadar entre os peixes, enquanto, na areia, equipes já iniciavam a montagem das estruturas para o Réveillon.
VÍDEO: Banhistas nadam no meio de cardumes gigantes em praia do Rio. #GloboNewsEmPonto
— GloboNews (@GloboNews) December 26, 2025
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Água clara ajudou a revelar o fenômeno
Segundo o Instituto Estadual do Ambiente (Inea), a visualização do cardume foi favorecida pela claridade da água, resultado da boa balneabilidade e da ausência de chuvas recentes.
O boletim mais recente do órgão aponta que a maioria das praias da Zona Sul está própria para banho, incluindo:
- Leme
- Copacabana
- Ipanema
- Leblon
- Urca
Estão impróprias para banho as praias de Botafogo, Glória e um trecho do Flamengo, na altura da foz do Rio Carioca.
Que peixes são esses?
Especialistas apontam que o cardume é formado, provavelmente, por manjubas ou sardinhas. Por serem peixes pequenos e que nadam próximos à superfície, eles acabam formando grandes sombras vistas de longe, dando a impressão de um volume ainda maior.
Além disso, o cardume se desloca de forma horizontal, ocupando uma área extensa da coluna d’água superficial, o que explica a mancha escura visível até do alto.
Entenda o fenômeno da ressurgência
O comportamento observado está ligado ao fenômeno natural conhecido como ressurgência, comum no litoral do Rio de Janeiro, especialmente no verão.
Funciona assim:
- A água fria, mais densa, sobe das camadas profundas do mar
- Essa água é rica em nutrientes
- Ao chegar à superfície, aumenta a concentração de fitoplâncton (microalgas)
- Os nutrientes atraem peixes que se alimentam de plâncton, como sardinhas e manjubas
Quando praias como Arpoador, Ipanema, Leme e Copacabana registram temperaturas mais baixas da água, isso pode indicar a atuação da ressurgência, favorecendo o aparecimento desses grandes cardumes.
Inea descarta poluição
O Inea reforçou que a mancha observada não tem relação com poluição. Pelo contrário: a maior visibilidade dos peixes está associada à melhora gradual da qualidade da água, o que também tem permitido o aparecimento de outras espécies marinhas próximas à costa.
Alerta para o lixo na alta temporada
Apesar do espetáculo natural, o órgão ambiental faz um alerta: o acúmulo de lixo nas areias e no mar, comum na alta temporada, pode prejudicar os animais e o ecossistema marinho.
Plásticos, copos descartáveis e isopores de quentinhas têm sido encontrados com frequência, especialmente em dias de praia lotada até a noite, representando risco direto à fauna.