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Caos no Santos Dumont: entenda o que aconteceu no aeroporto

Aeroporto Santos Dumont enfrenta colapso total. Entenda o que causou a suspensão das operações e os cancelamentos de voos.

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Rio de Janeiro - As operações do Aeroporto Santos Dumont, no Centro do Rio, foram suspensas nesta terça-feira (30) depois que técnicos da Infraero identificaram a presença de óleo em toda a pista principal. O incidente causou um verdadeiro colapso no terminal: até a última atualização desta reportagem, 162 voos haviam sido cancelados e 14 desviados para o Galeão.

Notificação e investigações

Diante das inúmeras reclamações de passageiros sobre atrasos, cancelamentos e falta de assistência, o Procon Carioca, vinculado à Secretaria Municipal de Proteção e Defesa do Consumidor, notificou a Infraero e as companhias aéreas Gol, Latam e Azul. Equipes de fiscalização estiveram no terminal e constataram filas extensas, desorganização e passageiros aguardando atendimento por mais de cinco horas.

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

As principais queixas envolvem ausência de informações sobre a interdição da pista, além da falta de suporte das empresas, como realocação em outros voos, fornecimento de alimentação, hospedagem e reembolso.

Multas podem chegar a R$ 17 milhões

O subsecretário estadual de Proteção aos Direitos do Consumidor, Claudir Rodrigues, afirmou que as companhias aéreas podem ser multadas em até R$ 17 milhões caso sejam confirmadas falhas no atendimento.

“Nosso interesse neste momento é atender de forma individualizada cada consumidor e fazer com que o direito de ir e vir seja garantido. Em um segundo momento, será analisada a necessidade de responsabilizar as companhias aéreas”, disse Rodrigues.

Segundo ele, documentos fiscais já foram lavrados pelos órgãos municipal e estadual, e a situação será avaliada em conjunto com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), para verificar se o tempo de resposta das empresas foi adequado diante do problema.

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Direitos dos passageiros

A Anac informou que acompanha a situação e destacou que as empresas têm obrigações específicas em casos de atrasos, cancelamentos ou interrupções de voos:

  • A partir de 1 hora de espera: direito à comunicação (internet, telefone etc.);
  • A partir de 2 horas: direito à alimentação (voucher, refeição ou lanche);
  • A partir de 4 horas: direito à hospedagem e transporte, em caso de pernoite fora do domicílio.

Além disso, em casos de atrasos superiores a 4 horas, cancelamentos ou interrupções, as companhias devem oferecer gratuitamente uma das seguintes opções:

  • Reacomodação em outro voo (próprio ou de outra empresa);
  • Reembolso integral;
  • Execução do serviço por outra modalidade de transporte.

Passageiros com necessidades especiais e seus acompanhantes têm direito à hospedagem, independentemente da necessidade de pernoite no aeroporto.

O que aconteceu no Santos Dumont

De acordo com a Infraero, o problema começou ainda na noite de segunda-feira (29), quando um veículo de serviço que fazia inspeção derramou óleo na pista. Para evitar riscos de derrapagem, todas as operações foram suspensas.

Normalmente, os primeiros voos do Santos Dumont decolam às 6h, mas nesta terça nenhum avião levantou voo nem pousou no terminal. O impacto se espalhou para outros aeroportos do país, como Congonhas (SP), Viracopos (SP), Confins (MG) e Brasília (DF), que registraram atrasos em cascata.

Enquanto isso, o Galeão precisou receber voos desviados, mas o cenário no Santos Dumont foi de superlotação, conexões perdidas e compromissos cancelados, com passageiros aguardando indefinidamente por soluções.