Rio

Ativista trans é encontrada morta no Rio de Janeiro

Dannelly Rocha, ativista trans, foi encontrada morta no Rio de Janeiro. O caso levanta questões sobre a violência contra pessoas trans.

A ativista trans Dannelly Rocha foi assassinada na madrugada dessa sexta-feira (2), na Lapa, no Rio de Janeiro. Foto: Reprodução
A ativista trans Dannelly Rocha foi assassinada na madrugada dessa sexta-feira (2), na Lapa, no Rio de Janeiro. Foto: Reprodução

Rio de Janeiro - A ativista trans Dannelly Rocha, de 38 anos, foi encontrada morta na madrugada de sexta-feira (2), no bairro da Lapa, na região central do Rio de Janeiro. Conhecida como Danny, ela era cozinheira da CasaNem, espaço de acolhimento para pessoas LGBTQIA+ em situação de vulnerabilidade social.

Segundo relatos de testemunhas, Danny foi vista entrando em casa acompanhada de um homem ainda não identificado, que saiu sozinho algumas horas depois. Pouco tempo depois, ela foi encontrada sem vida. O caso está sendo investigado pela Polícia Civil.

A deputada estadual trans Danieli Balbi (PCdoB) foi quem tornou o caso público nas redes sociais, exigindo uma investigação rigorosa e afirmando que o assassinato é mais um reflexo da violência estrutural contra pessoas trans. “É revoltante. Queremos saber quem é. Queremos justiça”, escreveu.

A vereadora Benny Briolly (PSOL), primeira travesti eleita em Niterói, também se manifestou: “Gritamos por Danny, por todas que vieram antes, e pelas que lutam hoje para sobreviver”.

Segundo informações da amiga e companheira de casa, Manoela Menandro, imagens de câmeras de segurança registraram o momento em que o suspeito deixou o local de forma suspeita, possivelmente carregando o celular de Danny. A amiga descreveu a vítima como uma pessoa generosa, alegre e acolhedora, que era como uma “mãe” para os amigos e cuidava de tudo na casa.

O corpo de Danny segue no Instituto Médico Legal (IML) aguardando liberação, que pode levar até três dias úteis.

A CasaNem, onde Danny atuava, é referência no acolhimento da população LGBTQIA+ no Rio e já abrigou dezenas de pessoas vítimas de violência e exclusão social.

Segundo a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), o Brasil segue liderando os índices globais de violência contra pessoas trans. Em 2024, foram 122 assassinatos, a maioria contra mulheres trans e travestis.