Rio de Janeiro - Após o sucesso da transformação urbana que seguiu a demolição do Elevado da Perimetral, o prefeito Eduardo Paes aposta em mais um projeto de reurbanização para o Rio de Janeiro. Desta vez, o alvo é o Elevado Trinta e Um de Março, estrutura inaugurada em 1977, que conecta o Centro à Zona Sul. A proposta inclui a criação do Boulevard do Samba, um espaço ao nível do solo que promete ressignificar o entorno do Sambódromo e revitalizar o Catumbi como bairro residencial.
Novo Boulevard para substituir o elevado
O Boulevard do Samba, planejado para substituir o elevado de dois quilômetros, será uma via moderna com calçadas largas, lojas comerciais e trânsito integrado. O trajeto acompanhará o mesmo percurso do Trinta e Um de Março, cruzando a Avenida Presidente Vargas e conectando-se ao Santo Cristo por meio de um mergulhão de 350 metros sob a linha férrea.
Diferentemente do atual elevado, que acomoda cerca de 80 mil veículos por dia sem semáforos, o boulevard terá cruzamentos com sinais nas ruas Frei Caneca, Salvador de Sá e Presidente Vargas, priorizando um trânsito mais humano e acessível.
Impacto no carnaval e no sambódromo
A transformação beneficiará diretamente o Sambódromo, ampliando a capacidade de movimentação e facilitando a entrada de carros alegóricos cada vez maiores. Atualmente, o elevado representa um obstáculo, já que algumas estruturas de escolas de samba têm dificuldade para passar sob ele.
Outro ponto importante do projeto é a realocação do prédio do Juizado da Infância e Juventude, localizado na esquina da Rua Afonso Cavalcanti, para aumentar a largura da entrada da Sapucaí na altura do Setor 1. A intervenção também vai acabar com o gargalo enfrentado pelas escolas do lado próximo ao edifício Balança Mas Não Cai.
Próximos passos e planejamento urbano
O projeto agora depende de aprovação da Câmara Municipal por meio de uma Operação Urbana Consorciada, que permitirá parcerias entre o setor público e a iniciativa privada para transformar a área. Segundo o secretário de Integração Governamental, Jorge Arraes, a CCPAR (Companhia Carioca de Parcerias e Concessões) será responsável por detalhar o cronograma, os custos e a engenharia financeira.
Os recursos para o projeto devem vir da venda de terrenos que serão liberados com a demolição do elevado. Esses espaços poderão abrigar prédios residenciais, respeitando os parâmetros urbanísticos definidos em diálogo com os moradores do entorno.
Comparação com o Porto Maravilha
A Prefeitura avalia que a execução do Boulevard do Samba será menos complexa do que a do Porto Maravilha, que envolveu a demolição da Perimetral, construção de túneis, como a Via Binário, e criação do Boulevard Olímpico. O novo projeto busca integrar modernidade e funcionalidade, revitalizando um dos pontos mais emblemáticos do Rio de Janeiro.
A transformação promete não apenas melhorar o trânsito, mas também valorizar o Sambódromo, destacando-o como símbolo do Carnaval Carioca e reconfigurando o Catumbi como um espaço residencial vibrante.