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Foto: Riotur / Divulgação

A Parada do Orgulho LGBTI+ Rio chega à sua 30ª edição, ocupando a orla de Copacabana com música, militância e pedidos por um futuro igualitário. Com 15 trios elétricos e mais de 100 atrações, o evento celebra três décadas de avanço em direitos e visibilidade, mas também lembra que a luta contra a violência e o preconceito ainda está longe de acabar.

Parada do Orgulho LGBTI+ Rio celebra 30 anos de luta

A 30ª edição da Parada do Orgulho LGBTI+ Rio acontece neste domingo (23), na orla de Copacabana, na Zona Sul do Rio, consolidando-se como uma das maiores manifestações pela diversidade da América Latina.

Com o tema “30 anos fazendo história: das primeiras lutas pelo direito de existir à construção de futuros sustentáveis”, a parada conecta passado, presente e futuro do movimento, celebrando conquistas históricas e reforçando a urgência de políticas públicas permanentes de inclusão e proteção à população LGBTI+.

Os organizadores projetam a presença de cerca de 1 milhão de pessoas ao longo da Avenida Atlântica, em um dia marcado por shows, discursos políticos, ações de saúde e serviços de cidadania.

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Foto: Thiago Lara/ Riotur

15 trios elétricos e mais de 100 atrações na orla de Copacabana

Ao longo de 15 trios elétricos, mais de 100 atrações irão se apresentar, reforçando o caráter festivo e, ao mesmo tempo, político da parada.

Grandes atrações musicais da Parada LGBTI+ Rio

Entre os artistas confirmados, destaque para nomes que dialogam diretamente com a história do movimento:

  • Daniela Mercury, presença tradicional na parada e uma das principais vozes pela diversidade no país;
  • Teresa Cristina, referência do samba carioca, que leva à avenida um repertório de resistência e afeto;
  • Diego Martins, ator e cantor que se tornou símbolo de representatividade LGBTI+ nas telas e nos palcos;
  • Aretuza Lovi, drag queen e cantora que une pop, performance e militância;
  • Grag Queen, artista que ganhou projeção internacional e hoje é um dos grandes nomes da cena pop e drag brasileira.

Esses nomes se somam a outros artistas, DJs e performers que ocupam diferentes trios, garantindo seis horas de música e apresentações que mesclam celebração, protesto e visibilidade.

Horário e concentração dos trios elétricos

  • Concentração: a partir das 11h, no Posto 5, na Avenida Atlântica;
  • Abertura oficial: prevista para 14h30, com fala de lideranças do movimento e apresentação do hino da parada;
  • Desfile dos trios: segue pela orla de Copacabana ao longo da tarde, combinando shows, performances e atos políticos.

Saúde, cidadania e segurança para o público

Além do desfile e dos shows, a Parada do Orgulho LGBTI+ Rio também funciona como uma grande frente de serviços à população.

Serviços de saúde e prevenção

A Secretaria Municipal de Saúde leva ao evento estruturas móveis de atendimento, com:

  • aplicação de vacinas como covid-19, influenza, HPV, febre amarela, tríplice viral e hepatite B;
  • prescrição e orientações sobre PrEP, reforçando a prevenção combinada ao HIV;
  • distribuição de preservativos e gel lubrificante em quiosques da orla e por promotores que circulam entre o público.

Essas ações reforçam a mensagem de que cuidar da saúde sexual e da prevenção também faz parte da construção de um futuro mais igualitário e seguro para a comunidade LGBTI+.

Cidadania, mobilidade e ordenamento urbano

A Prefeitura do Rio montou uma operação especial com participação de órgãos como CET-Rio, Guarda Municipal, Secretaria de Ordem Pública e Coordenadoria de Diversidade Sexual, envolvendo mais de 800 agentes em atividades de trânsito, fiscalização e apoio ao evento.

Entre as medidas adotadas:

  • interdições e desvios em trechos da Avenida Atlântica e vias internas de Copacabana;
  • fiscalização do estacionamento irregular e do comércio ambulante;
  • orientação a pedestres e motoristas para garantir segurança e fluidez na região.

Ao longo do percurso, também há tendas e pontos de atendimento com informações sobre retificação de nome, direitos sociais, assistência social e educação ambiental, reforçando o caráter de cidadania da parada.

Três décadas de avanços e a defesa de um futuro igualitário

Em 30 anos, a Parada do Orgulho LGBTI+ Rio se transformou de um ato minoritário, realizado em um contexto de forte tabu sobre orientação sexual e identidade de gênero nos anos 1990, em uma das principais vitrines de ativismo, cultura e diversidade do país.

Entre as conquistas lembradas ao longo do cortejo estão:

  • o avanço no reconhecimento de uniões homoafetivas;
  • a ampliação de políticas de combate à LGBTIfobia em diferentes esferas de governo;
  • a crescente visibilidade de pessoas LGBTI+ na cultura, na mídia e na política.

Mesmo com esses avanços, organizadores e ativistas lembram que os índices de violência e de discriminação contra pessoas LGBTI+ ainda são altos, e que a defesa de direitos básicos – como acesso à saúde, trabalho e educação sem preconceito – continua urgente.

Ao celebrar três décadas de história e encher Copacabana de cores, corpos e bandeiras, a parada reafirma um recado simples e poderoso: orgulho, respeito e igualdade são condições essenciais para um futuro realmente democrático.