A Frente Nacional de Prefeitos (FNP), em parceria com a Universidade de Coimbra (Portugal), promoveu na última segunda-feira (17) uma reflexão sobre o futuro das cidades diante do impacto da pandemia ocasionada pela Covid-19.
O ex-prefeito de Niterói e sociólogo, Rodrigo Neves, mediou o debate que contou com a participação do sociólogo Boaventura de Souza Santos, diretor do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra; do prefeito de Aracajú e presidente da FNP, Edvaldo Nogueira; e da prefeita de Pelotas, Paula Mascarenhas.
Com uma avaliação comum, os participantes do seminário apontaram o negacionismo da ciência e da gravidade da pandemia como um dos principais desafios enfrentados.
De modo mais focado no Brasil, Boaventura tem uma visão preocupada com relação ao sistema democrático de direito. Na opinião do professor, a democracia brasileira “está à beira do caos”. “Não sei como o Brasil pode aceitar que esse tipo de pessoa esteja no governo federal, em democracia. Não é compreensível”, opinou.
Segundo o prefeito de Aracaju, que preside a FNP, “houve uma fratura” que obrigou prefeitos e governadores a tomarem responsabilidades que não faziam parte de suas obrigações. “A ausência de planejamento nacional tem obrigado entes subnacionais a buscarem se consorciar para fazerem aquilo que está além da sua definição constitucional”, como é o caso da compra de vacinas, segundo Nogueira.
“Os municípios fizeram um Consórcio e estamos trabalhando para buscar vacinas”, falou o presidente da FNP, em referência ao Conectar, consórcio municipal instituído em março deste ano, a partir da liderança e articulação da Frente.