
Dois adultos morreram na manhã de sexta-feira (8) após a queda de um parapente no Parque da Cidade, em Niterói. A tragédia interrompeu as atividades de voo no local e reacendeu o debate sobre a fiscalização da prática esportiva na cidade. Prefeitura, Anac e Cenipa se pronunciaram sobre o caso.
Quem eram as vítimas
As vítimas foram identificadas como Luan Calor, de 29 anos, instrutor de parapente e mergulhador, e Vanessa Nascimento, com quem teve uma filha de três anos.
Segundo amigos, apesar de não manterem mais um relacionamento, Luan e Vanessa preservavam uma boa amizade. Luan era conhecido por sua prudência nos voos e tinha experiência de anos na modalidade, praticando tanto no Parque da Cidade quanto em Itacoatiara e Maricá.
“Ele nunca se arriscava. Quando o vento não estava bom, simplesmente não voava”, contou a amiga e tatuadora Lethicia França.
O velório de Luan aconteceu neste sábado (9) na capela 6 do Cemitério Parque da Paz. O sepultamento está marcado para domingo (10).

O que diz o Corpo de Bombeiros
O Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro (CBMERJ) informou que foi acionado às 12h57. Equipes de resgate chegaram ao local com apoio de helicóptero e ambulância posicionada na Praia de Charitas, mas as vítimas já estavam sem vida. Os corpos foram levados ao Instituto Médico Legal (IML).
Posição da Anac
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) lamentou o ocorrido e informou que a apuração formal cabe ao Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), órgão responsável por investigar e registrar ocorrências aeronáuticas.
O que diz o Cenipa
O Cenipa afirmou que não investigará o acidente, já que o equipamento envolvido não tinha matrícula nem certificado de aeronavegabilidade, sendo destinado exclusivamente ao desporto e recreação. Segundo o órgão, suas investigações têm caráter preventivo e se restringem a eventos diretamente relacionados à operação de aeronaves.
Resposta da Prefeitura de Niterói
A Secretaria de Ordem Pública (Seop) determinou a suspensão imediata das atividades nas rampas de voo do Parque da Cidade até a conclusão das apurações. A Prefeitura destacou que a fiscalização da atividade aérea é responsabilidade da Anac e da Aeronáutica, e que desde o início do ano vem solicitando apoio para intensificar as inspeções.
Fiscalização e segurança no Parque da Cidade
A prática de voo livre no Parque da Cidade é realizada por clubes de parapente e exige que pilotos sejam credenciados por órgãos competentes. Apesar disso, denúncias sobre voos irregulares já vinham sendo registradas. O acidente reforça a necessidade de um protocolo mais rígido para evitar novas tragédias.
Impacto e como fica a situação agora
Com a suspensão das rampas, pilotos e escolas de parapente devem aguardar a autorização das autoridades para retomar as atividades. O caso também levanta uma questão: quem deve fiscalizar efetivamente o voo livre em Niterói?