A Prefeitura de Niterói tem trabalhado para minimizar a situação dos moradores em situação de rua, um desafio crescente em grandes metrópoles. Entre os projetos de destaque está o Programa de Recambiamento, coordenado pela Secretaria Municipal de Assistência Social e Economia Solidária (SMASES), que já auxiliou 505 pessoas a retornarem para suas cidades e se reintegrarem às suas famílias e amigos, com apoio do município.
Nos últimos dois anos, o programa ajudou moradores de rua vindos de diversas localidades, como Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia, Minas Gerais, e até de outros países, como Colômbia e Portugal.
Impacto do Programa de Recambiamento
Somente em 2022, 222 pessoas foram recambiadas. No ano seguinte, o número chegou a 163, e até agora, em 2024, 120 pessoas já foram auxiliadas. Os principais estados de origem dos recambiados são Rio de Janeiro (48), Bahia (11), Espírito Santo (9), Mato Grosso do Sul (5) e Minas Gerais (4).
“O recambiamento busca ajudar essas pessoas a retornarem às suas cidades de origem e fortalecer seus vínculos familiares. É um esforço que, junto às abordagens diárias e às ações de Zeladoria, nos auxilia a reduzir o número de pessoas em situação de rua e devolver dignidade às suas vidas”, afirma Elton Teixeira, secretário municipal de Assistência Social e Economia Solidária.
Desafios e abordagens sociais
O trabalho das equipes de abordagem social enfrenta desafios diários, como a resistência de algumas pessoas em aceitar ajuda. A coordenadora do Serviço Especializado em Abordagem Social, Renata Zanelato, destaca que o atendimento a pessoas em extrema vulnerabilidade exige sensibilidade e conhecimento técnico, especialmente quando há questões como desemprego e uso abusivo de álcool e drogas.
“Atender pessoas em extrema vulnerabilidade social é uma tarefa complexa, que envolve fatores como desemprego, rompimento de vínculos familiares e uso abusivo de álcool e drogas. Esse trabalho, que se intensificou durante a pandemia de Covid-19, requer sensibilidade, ética e conhecimento técnico”, explica Renata Zanelato, assistente social e coordenadora do Serviço Especializado em Abordagem Social.
As equipes percorrem diariamente áreas de maior concentração de moradores de rua e atendem denúncias pelo telefone. Somente em setembro, 1.325 pessoas foram abordadas, recebendo serviços de acolhimento, recambiamento, emissão de documentos e encaminhamento para cuidados de saúde.
Como funciona o recambiamento?
O processo de recambiamento é voluntário e feito com todo o suporte necessário. As pessoas que desejam retornar às suas cidades são acolhidas em abrigos municipais enquanto é feito o contato com seus familiares e a rede socioassistencial local. O translado pode ser feito por passagens fornecidas pelo município ou pelas próprias equipes de abordagem.
Um exemplo recente é o caso de Maycon Costa Oliveira Borsato, de 31 anos, que estava em situação de rua há um ano. Ele foi recambiado para Cabo Frio, onde será amparado por uma rede de apoio local.
“Estou na rua há 14 anos, desde 2010, quando perdi minha família em um desastre causado pelas chuvas em Petrópolis. Vim para Niterói recentemente, me informaram onde encontrar um assistente social e fui até lá em busca de ajuda. Recebi orientação e, em três dias, consegui a passagem para Cabo Frio, onde um amigo da família vai me dar um emprego e uma chance de recomeçar”, conta Maycon.
Serviços integrados
Além do recambiamento, a prefeitura realiza Ações de Zeladoria em conjunto com o Samu, Seconser, Seop e a Clin, oferecendo assistência integral a quem precisa, e fortalecendo o compromisso com a reintegração social dessas pessoas.
Contatos para denúncias e mais informações:
- (21) 97197-9366 (diurno)
- (21) 97287-3643 (noturno)