Uma fiscalização conjunta da Coordenadoria municipal de Acessibilidade e da NitTrans multou seis ônibus por falhas nos equipamentos que permitem o acesso e uma viagem segura de cadeirantes nos coletivos da cidade. A ação foi na última quinta-feira (31) no Terminal Rodoviário Presidente João Goulart, no Centro, e foi acompanhada pela coordenadora de Acessibilidade, Tânia Rodrigues. Paraplégica, ela chegou a testar alguns dos elevadores para cadeirantes instalados nos ônibus.
A fiscalização foi motivada por denúncias de cadeirantes da cidade, que tiveram dificuldades em ocasiões anteriores em embarcar nos ônibus. Foi o caso do cadeirante Claudecir Lopes da Silva, que chegou a cair com sua cadeira de rodas de um elevador quando embarcava em um coletivo no bairro de Maria Paula. “Eu estava subindo no ônibus quando o elevador quebrou e eu cai. Tive várias escoriações”, relatou ele. Claudecir acompanhou a fiscalização da prefeitura e testou alguns equipamentos. “Hoje os equipamentos que eu testei estão funcionando bem. Mas infelizmente nem todos são assim”, declarou.
Foram vistoriados 22 ônibus, de diversas linhas municipais. Nenhum deles apresentou problemas no funcionamento dos elevadores. Em um veículo, o elevador estava com muitos pontos de corrosão e foi multado por isso. As outras cinco multas foram por ausência do sinal sonoro obrigatório (durante a operação de embarque) e de falta ou mau estado do cinto de segurança, item também obrigatório para cadeirantes. Os seis veículos multados foram recolhidos às garagens e só podem voltar a circular depois de sanadas as falhas detectadas pela fiscalização. A multa para falhas no equipamento de acesso a cadeirantes em ônibus é de R$ 1 mil e está prevista no Decreto Federal 5.296/2004.
A coordenadora Tânia Rodrigues disse que pretende fazer mais fiscalizações no transporte coletivo porque a coordenadoria recebe muitas denúncias diariamente. “Grande parte da frota de ônibus da cidade já está adaptada para pessoas com deficiência, mas ainda há falhas na manutenção dos equipamentos. Por isso, vamos continuar fiscalizando”, disse Tânia Rodrigues.
O cadeirante Wellington Santos também acompanhou a fiscalização. Ele disse que sempre anda de ônibus e já enfrentou muitas dificuldades. “É sempre muito difícil. Fora do Terminal Rodoviário, muitas vezes o ônibus não para no ponto e usar esses equipamentos é sempre uma aventura. Uma vez o elevador emperrou e eu fiquei preso no meio do caminho”, lamentou ele.
Nos 22 ônibus fiscalizados os motoristas, que são os responsáveis pela operação do equipamento, mostraram conhecimento e destreza. O motorista Marcelo Conceição do Carmo, da linha 39 (Centro-Piratininga), foi um deles. “ Estou a três anos na empresa e, quando fui admitido, recebi treinamento para usar esse equipamento que ajuda os deficientes a entrarem nos ônibus”, contou ele enquanto manipulava os controles do elevador hidráulicos diante dos fiscais da prefeitura.