Obras - Águas de Niterói
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Enquanto o Brasil ainda perde grande parte da água tratada antes de ela chegar às torneiras, Niterói aparece como exceção no mapa da eficiência. Um estudo nacional coloca a cidade entre os melhores índices de controle de perdas — com tecnologia e estratégia que impactam o abastecimento e a segurança hídrica.

Instituto Trata Brasil expõe o tamanho do desperdício no país

O estudo “Estudo de Perdas de Água 2025 (SINISA, 2023): Desafios na Eficiência do Saneamento Básico no Brasil”, do Instituto Trata Brasil, aponta que 40,31% da água tratada no Brasil é perdida antes de chegar às torneiras.

CCO - Águas de Niterói(1)
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5,8 bilhões de m³ e 6.346 piscinas olímpicas desperdiçadas por dia

De acordo com o levantamento, esse volume equivale a 5,8 bilhões de m³ — ou 6.346 piscinas olímpicas desperdiçadas todos os dias.

Niterói se destaca no ranking de perdas na distribuição

No mesmo estudo, Niterói aparece como destaque nacional, ocupando a 11ª posição no ranking de Melhores Índices de Perdas na Distribuição (IPD), com IPD inferior a 20%.

A concessionária Águas de Niterói afirma que utiliza tecnologia de ponta para evitar que o recurso se perca durante a distribuição. Somente em 2024, a empresa evitou, em comparação ao ano anterior, que 970 milhões de litros de água fossem perdidos — volume equivalente a 388 piscinas olímpicas.

Inteligência Artificial ajuda a encontrar vazamentos “invisíveis”

Para reduzir perdas que não aparecem a olho nu, a empresa conta com um sistema desenvolvido por uma startup que usa Inteligência Artificial para identificar vazamentos não visíveis.

Funciona assim:

  • técnicos usam hastes especiais para captar ruídos da tubulação;
  • os sinais são analisados por uma IA na nuvem;
  • o sistema diferencia sons de vazamento dos ruídos de operação normal, acelerando a localização e o reparo.

Em 2025, a concessionária já flagrou cerca de 250 vazamentos não visíveis.

Programa Água de Valor amplia eficiência e controle

Além da IA, a Águas de Niterói reúne outras frentes no Programa Água de Valor, que busca aumentar a eficiência da distribuição, reduzir perdas, melhorar medição e controle e garantir o abastecimento da população atual sem comprometer o direito das gerações futuras.

Ações citadas no programa

  • modelagem hidráulica;
  • substituição de hidrômetros;
  • renovação de redes obsoletas;
  • fiscalização de ligações clandestinas.

Com essa abordagem tecnológica e estratégica, a concessionária afirma reforçar o compromisso com a sustentabilidade e a segurança hídrica, com Niterói como referência nacional em gestão eficiente da água.

“A redução de perdas é uma prioridade para a Águas de Niterói, porque representa não apenas eficiência operacional, mas também responsabilidade com um recurso essencial. Temos investido continuamente em tecnologia, inteligência artificial e modernização da infraestrutura para garantir que cada litro de água tratada chegue às pessoas. O uso de ferramentas modernas utilizando IA, aliado ao nosso Programa Água de Valor, tem nos permitido identificar vazamentos com rapidez, renovar redes antigas e aprimorar a medição do consumo. Esses avanços reforçam o papel da concessionária em garantir uma gestão cada vez mais inteligente e sustentável, que posiciona Niterói entre as referências nacionais em eficiência hídrica”, declarou o diretor-executivo da Águas de Niterói, Bernardo Gonçalves.

Distribuição de água e desenvolvimento econômico

O estudo do Trata Brasil também relaciona o avanço do saneamento ao crescimento do salário médio nas cidades. Segundo o levantamento, a presença de água tratada para 100% da população pode elevar em 0,75 ponto percentual a taxa de crescimento do salário médio, em comparação com uma cidade sem abastecimento de água.

Em Niterói, o abastecimento já é de 100% desde o terceiro ano de concessão, em 2002.

“Os dados apresentados reforçam a tendência de aumento no consumo de água, vindos com a maior oferta dos serviços, a expansão demográfica e o crescimento da economia. As tendências climáticas indicam restrição de oferta de água de 3,4% na média do ano por escassez de recursos hídricos em nossos mananciais. Estes dois fatores combinados trazem a urgência de adotarmos medidas imediatas e efetivas para reduzir as perdas no sistema de distribuição de água e planejarmos de forma sustentável a gestão e uso dos nossos recursos hídricos”, declarou a executiva.