Niterói - Todos os dias me pego olhando detidamente o cume da cúpula da Igreja de Nossa Senhora Auxiliadora, e sempre acabo rascunhando mentalmente um romance ao estilo Dan Brown. Muitas vezes, é preciso o badalar dos sinos para me tirar desse torpor que me paralisa e eu me pego “viajando” pelos anos anteriores à construção desse importante monumento que ornamenta o nosso bairro.
É interessante quando nos detemos em revisitar a história, pois, acredito que, quanto mais sabemos daquilo que nos cerca, mais valorizamos aquilo que “é invisível aos olhos, e que guarda uma significância quase que discreta entre nós, sendo amalgamado ao nosso cotidiano”. Pois bem, se contarmos o tempo que temos essa preciosidade entre nós, já se vai mais de um século. A pedra fundamental da paróquia foi lançada em 1901, contando com o projeto do engenheiro italiano Domingos Delpiano.
Nos idos anos 90, quando eu fui “foca” do jornal LIG, pertencente ao saudoso Fernando Marcondes Ferraz, tive a oportunidade de entrevistar o padre Joso (Josué Francisco da Natividade), falecido em 2023. Ainda nessa época, fiquei admirada pela informação transmitida por ele e que, talvez, poucos saibam atualmente. Refere-se ao estilo arquitetônico do monumento e da nossa basílica que reúne uma mistura de gótico com árabe (estilo Bossan). Um detalhe importante: a Igreja de Nossa Senhora Auxiliadora é considerada uma obra-prima de Delpiano, que responde por vários outros projetos bem-sucedidos ligados à essa ordem religiosa, sendo ele um dos primeiros sete salesianos que se instalaram em Niterói.
O engenheiro italiano Domingos Delpiano chegou por essas paragens em 1883, após estudar engenharia em Paris com Jean Pierre Bossan, aquele que assina o estilo arquitetônico adotado pelo construtor. Esse é um nome de referência em toda a Europa e que adotara um estilo próprio aos seus projetos. No entanto, algumas divergências permeiam essa história e, quem sabe, mais à frente eu conte detalhadamente, após esquadrinhar melhor essas questões.
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O fato é que gosto de saborear essa história e, com isso, ajustar melhor as minhas lentes para “enxergar” essa construção resplandecente com outros olhos. É fascinante saber que tudo que existe em nossa cidade guarda a sua história. Isso que eu quero trazer à tona na minha coluna, agora repaginada. Uma forma diferente de olhar aquilo que nos cerca!
Ah, só um detalhe! Do alto da Basílica de Nossa Senhora Auxiliadora é possível ver nitidamente a forma de uma cruz latina, que tem uma nave, uma capela-mor e duas capelas laterais.
Verônica Oliveira é uma jornalista e escritora ghost-writer que nutre especial interesse pela história. Muito mais do que isso: que aprecia “histórias com emoção”.
Jornalista por formação e escritora de alma, Verônica Oliveira é CEO da Texto & Café Comunicação e Editora e tem um trabalho de escrita e edição de livros com foco no resgate e perenização de histórias pessoais, corporativas e institucionais.
