
Niterói abriu, nesta quarta-feira (1º), a 8ª Escola de Resiliência da Rede Mercocidades, tornando-se a primeira cidade brasileira a receber o encontro. A cidade reúne representantes de 23 municípios de sete países para trocar soluções contra eventos climáticos extremos. A agenda fortalece a resiliência urbana e impacta diretamente a segurança, a mobilidade e a qualidade de vida da população.
Niterói no centro da agenda climática latino-americana
A Escola de Resiliência é promovida pelo Programa de Cooperação Sul-Sul de Mercocidades em parceria com o R-Cities (Rede Global de Cidades Resilientes). Niterói foi escolhida pela trajetória recente em planejamento urbano resiliente, prevenção e infraestrutura verde.
“A escolha de Niterói como sede não é por acaso. O município vem se consolidando como exemplo nacional e internacional de planejamento urbano resiliente, com investimentos expressivos em prevenção, tecnologia e infraestrutura verde. É uma grande honra para Niterói ser a primeira cidade brasileira a receber a Escola de Resiliência. É um sinal claro de que o que estamos fazendo aqui pode inspirar outras cidades”, reforçou o prefeito Rodrigo Neves.

Quem participa e o que está em pauta
- 23 cidades de Argentina, Colômbia, México, Honduras, Uruguai, Equador e Brasil
- Troca de experiências e estratégias para resposta a eventos climáticos extremos e vulnerabilidades urbanas
- Capacitações sobre políticas públicas, gestão de risco, infraestrutura verde e planejamento urbano adaptativo
Visitas técnicas: soluções que saem do papel
Durante o evento (de quarta, 1º, a sexta, 03), as delegações participam de visitas técnicas a projetos estratégicos da Prefeitura de Niterói:
- Parque da Cidade
- Radar meteorológico de alta precisão
- Parque Orla de Piratininga (POP)
- Soluções baseadas na natureza que reconfiguram a relação da cidade com o território
Tecnologia e cidades inteligentes
Um dos pontos altos é o seminário com o COR (Centro de Operações Rio), que apresenta tecnologias para cidades inteligentes — essenciais para construir territórios conectados, resilientes e preparados para riscos.
“Investimos em obras de contenção de encostas, drenagem, tecnologia e capacitação de equipes. Implementamos um radar meteorológico de última geração e ampliamos nossa rede de monitoramento. Esse trabalho está salvando vidas, e queremos compartilhar essas experiências. Estamos recebendo representantes de diversos países latino-americanos, e é uma grande oportunidade para mostrar tudo que já desenvolvemos: radar meteorológico, rede de pluviômetros, obras estruturantes e, sobretudo, uma nova cultura de prevenção”, afirmou o secretário executivo, Felipe Peixoto.
O que é a Escola de Resiliência da Mercocidades
Criada em 2017, a Escola é um espaço de formação para governos locais comprometidos com cidades seguras, humanas e preparadas. As edições oferecem trilhas práticas em políticas públicas, gestão de risco, infraestrutura verde e planejamento urbano adaptado ao clima.
Atores globais envolvidos
A edição em Niterói conta com a participação de:
- UNDRR (Escritório da ONU para Redução de Riscos de Desastres)
- FNP (Frente Nacional de Prefeitas e Prefeitos)
- ICLEI – Governos Locais pela Sustentabilidade
- Pacto Global de Prefeitos pelo Clima e Energia (G-Com)
“As cidades latino-americanas estão vivendo os efeitos da crise climática na pele. A Escola de Resiliência ajuda a criar uma rede de apoio, onde gestores locais compartilham acertos, aprendem com os erros e constroem políticas públicas mais eficazes. Niterói é um exemplo claro de que, com vontade política e planejamento, é possível fazer diferente. Essa integração é de extrema importância”, disse Lautaro Lorenzo, secretário executivo do Mercocidades.
Resiliência em Niterói: obras, prevenção e cultura de risco
“É um trabalho muito completo e integrado para fortalecer a resiliência, com investimentos pesados em obras de contenção. Temos uma das melhores Defesas Civis do Brasil e projetos inovadores como o Encosta Verde. Temos certeza de que serão dias de boas trocas com as cidades que também fazem parte da rede Mercocidades”, destacou Axel Grael, ex-prefeito e consultor para temas ambientais e do clima de Niterói.
Resultados esperados
- Consolidação de protocolos de resposta e monitoramento
- Escala de soluções baseadas na natureza
- Compartilhamento de boas práticas entre cidades da região
- Fortalecimento da cooperação Sul-Sul e da liderança de Niterói
Próximo marco: 30ª Cúpula de Mercocidades em dezembro
De 3 a 5 de dezembro de 2025, Niterói sediará a 30ª Cúpula da Rede Mercocidades, com o tema “Caminhos para Cidades Resilientes, Pacíficas e Sustentáveis”. O encontro, que celebra os 30 anos da rede, reunirá prefeitos, autoridades locais, redes internacionais, organismos multilaterais, academia e sociedade civil em torno do desenvolvimento urbano sustentável. Na ocasião, o prefeito Rodrigo Neves assumirá a presidência do Mercocidades.