Foto: leitor
Foto: leitor

A Lagoa de Piratininga, na Região Oceânica de Niterói, voltou a registrar uma grande mortandade de peixes no fim de semana, reacendendo a indignação de moradores e pescadores. Espécies inteiras apareceram boiando próximo à ponte do Tibau, repetindo um cenário semelhante ao ocorrido em janeiro deste ano. A população cobra soluções definitivas e critica o impasse que se arrasta há anos entre órgãos ambientais do Estado e o Município.

A situação gerou forte comoção entre moradores, que afirmam estar cansados de episódios recorrentes de degradação ambiental. Eles também cobram do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) a liberação do licenciamento para que a obra do túnel do Tibau seja executada — seja pelo Estado, seja pela Prefeitura.

Foto: leitor

Prefeitura de Niterói atribui mortandade a fatores ambientais

Em nota, a Prefeitura afirmou que o episódio está relacionado a fatores naturais, como o período de calor intenso, baixa oxigenação e pouca profundidade da água — condições comuns em sistemas lagunares fechados.

O município também destacou que aguarda a liberação do licenciamento ambiental pelo Governo do Estado para iniciar uma obra que promete melhorar a circulação hídrica da lagoa.

Foto: leitor

Segundo a Prefeitura:

“O município está assumindo o compromisso de executar a obra necessária para melhorar de forma definitiva a circulação hídrica do sistema. O início das obras depende do Governo do Estado e da liberação do licenciamento.”

A obra do Túnel do Tibau — que liga a lagoa ao mar — já tem empresa contratada e ordem de início assinada desde março. O investimento previsto é de R$ 38,8 milhões, com prazo de 24 meses após liberação.

A Clin também realizou uma força-tarefa emergencial desde sábado (15) e recolheu cerca de 650 quilos de peixes mortos e resíduos.

Foto: leitor

Inea confirma mortandade e aponta condições ambientais adversas

O Instituto Estadual do Ambiente (Inea) afirmou que a equipe técnica identificou grande quantidade de peixes mortos durante uma vistoria de rotina, especialmente próximos à ponte do Tibau.

A análise preliminar aponta:

  • coluna d’água muito baixa, típica de lagoas rasas
  • temperaturas elevadas, comuns após longos dias de calor
  • baixo oxigênio dissolvido, prejudicando espécies mais frágeis

Uma nova coleta de água será feita nesta terça-feira (18) para análise detalhada.

Foto: leitor

Moradores cobram solução definitiva

A população local voltou a exigir ações permanentes para evitar episódios recorrentes. A obra do Túnel do Tibau é considerada por especialistas e pescadores como a intervenção mais importante para restaurar a circulação da água e reduzir a mortandade nas lagoas.

Enquanto o licenciamento não é liberado, a lagoa segue vulnerável a mudanças climáticas, estiagens e picos de temperatura.