
O metrô ligando o Rio de Janeiro a Niterói e São Gonçalo voltou ao centro das discussões de mobilidade. Em audiência pública da Frente Parlamentar Pró-Ferrovias, realizada nesta sexta-feira (3) na Alerj, o presidente do CREA-RJ, Miguel Fernández, defendeu a retomada da Linha 3, projeto que poderia beneficiar cerca de 2 milhões de pessoas na Região Metropolitana.
“Enquanto São Paulo hoje opera com seis frentes de obras para ampliação de seu metrô, o Rio de Janeiro não tem um projeto. Queremos encampar a defesa da Linha 3, que integrará o Centro do Rio a Niterói e São Gonçalo, com baixo consumo de carbono. É uma obra tão histórica quanto a Ponte Rio-Niterói”, afirmou Fernández.

Linha 3: o que está previsto
- Trecho subterrâneo ligando a Praça Quinze (RJ) até Guaxindiba (SG);
- Um túnel de 5,5 km sob a rocha da Baía de Guanabara;
- Conexão direta entre os dois maiores polos urbanos do estado;
- Integração ao sistema atual do metrô, que hoje conta com 41 estações e 57 km de extensão.
O diretor do CREA-RJ, Luiz Carneiro, lembrou que o projeto está parado há décadas e que a retomada traria impacto social e econômico inestimável.
Infraestrutura sustentável
Fernández também defendeu que parte dos recursos do Fundo Estadual de Controle Ambiental (Fecam) seja destinada à expansão do metrô e da malha ferroviária, por se tratar de modal com baixíssima emissão de carbono.
O debate sobre a SuperVia
O encontro também abordou o futuro da SuperVia, que enfrenta incertezas após o fim do contrato de concessão. O deputado Luiz Paulo (PSD) afirmou que enviará ofício à Procuradoria-Geral do Estado para esclarecer prazos da transição e como ficará a situação dos 2.500 funcionários da concessionária.
“Precisamos saber se o prazo real é de 60 dias, se já existe acordo com o BNDES e como serão garantidos os R$ 300 milhões em aportes para manter o serviço ativo”, disse.
Contexto
- A Linha 3 é debatida desde os anos 1970, mas nunca saiu do papel.
- O metrô do Rio, inaugurado em 1979, transporta em média 660 mil passageiros por dia útil.
- Caso saia do papel, a Linha 3 representará uma das maiores obras de mobilidade já feitas na Região Metropolitana.