Sargento da PM é preso por feminicídio da esposa em Maricá

A Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu, nesta terça-feira (16), o segundo-sargento da PM Renato Cesar Guimarães Pina, de 42 anos, acusado de matar a própria esposa, Shayene Araújo Alves dos Santos, de 27 anos, em Maricá.

O militar foi preso em flagrante por feminicídio. A vítima chegou a ser levada por ele ao Hospital Municipal Dr. Ernesto Che Guevara, mas não resistiu ao ferimento provocado por um tiro na nuca.

Versão inicial e contradições

Inicialmente, o policial disse que Shayene teria manuseado a arma a pedido dele e disparado contra si mesma, mas entrou em contradição ao prestar depoimento e acabou ficando em silêncio.

O delegado Willians Batista, da Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí, destacou que a investigação apontou indícios claros de feminicídio.

“A análise da cena, do corpo da vítima e dos depoimentos mostrou que a versão inicial era fantasiosa. Ele tinha o hábito de agredir a vítima, ameaçá-la com arma de fogo e até realizar disparos próximos a ela. Esse histórico de violência culminou nesse crime de feminicídio”, afirmou.

Histórico de violência

De acordo com testemunhas e familiares, o casal vivia um relacionamento marcado por conflitos e agressões.

• Uma vizinha relatou ter ouvido gritos antes do disparo.
• Familiares entregaram à polícia vídeos de 2024, em que o sargento aparece agredindo a companheira grávida e apontando arma para o rosto dela.
• A vítima deixou um bebê de 7 meses, fruto da relação com Renato, e um filho de 9 anos, de um relacionamento anterior.

Na casa do policial, foram apreendidas uma pistola e 14 projéteis.

Desdobramentos do caso

O sargento, que atuava cedido à Prefeitura de Maricá na Secretaria de Segurança Cidadã, foi levado inicialmente à 82ª DP (Maricá) e, em seguida, transferido para a Unidade Prisional da PM em Niterói.

A Polícia Militar informou que a arma foi recolhida e que a 4ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar (DPJM) e a Corregedoria da corporação acompanham o caso.

A Prefeitura de Maricá ainda não informou se o policial será oficialmente afastado de suas funções.

A defesa de Renato não se pronunciou até o momento.