Maricá

Maricá inaugura estúdio audiovisual gratuito em homenagem a Glauber Rocha

Maricá inaugura estúdio audiovisual gratuito, homenageia Glauber Rocha e impulsiona produção de filmes e curtas na cidade.

Estúdio de audiovisual
Foto: Clarildo Menezes

Maricá acaba de dar um passo histórico para o cinema local. A cidade inaugurou seu primeiro estúdio audiovisual gratuito, um espaço que promete transformar a produção cultural e revelar novos talentos do município.

Maricá inaugura estúdio audiovisual gratuito para cineastas

A Prefeitura de Maricá, por meio da Secretaria de Cultura e das Utopias, inaugurou nesta quinta-feira (18/09) o primeiro estúdio de audiovisual gratuito do município. O espaço está localizado no complexo cultural que abriga o Cine Henfil e a Biblioteca Pública Leonor Leite Bastos de Souza, na Rua Alferes Gomes, 390.

O novo estúdio oferece duas câmeras, unidade de edição, kit de luz básico para gravações externas e equipamentos para captação de áudio. A iniciativa conta com a parceria do Instituto de Ciência, Tecnologia e Inovação de Maricá (ICTIM).

Estúdio de audiovisual
Foto: Clarildo Menezes

Homenagem a Glauber Rocha

O estúdio foi batizado de Glauber Rocha, um dos maiores cineastas do Brasil e líder do movimento Cinema Novo. Diversos atores e profissionais do audiovisual participaram da inauguração, reforçando o impacto cultural da iniciativa.

“Glauber merecia esta homenagem. Este espaço é um facilitador para nossos cineastas e produtores que desejam gravar seus filmes ou curtas. É democrático, gratuito e vai revelar diversos talentos de Maricá”, destacou o secretário de Cultura e das Utopias, Sady Bianchin.

Importância para a produção local

O presidente do ICTIM, Claudio Gimenez, ressaltou a relevância do estúdio ao lado do cinema público do município: “As gravações de hoje, amanhã podem estar sendo exibidas no Cine Henfil. É uma felicidade inaugurar este espaço para a nossa população. É importante para os nossos produtores, cinegrafistas e cineastas terem este investimento para gravarem suas obras”, afirmou.

Estúdio de audiovisual
Foto: Clarildo Menezes

Presenças ilustres na inauguração

A cerimônia contou com nomes consagrados do audiovisual, entre eles: Neville D’Almeida (roteirista e amigo próximo de Glauber Rocha), Noilton Nunes (cineasta), Tchello D’Barros (artista), Ana Rosa Tendler (produtora), Charles Paraventi (ator) e Rodrigo Candelot (ator).

“O cinema novo era baseado em improviso. Glauber revolucionou o cinema com talento e sem investimentos externos. Aqui estamos vendo uma revolução nascer, com cultura, conhecimento, arte e realizações”, comentou Neville D’Almeida.

Gestão e funcionamento do estúdio

A gestão será feita em parceria com a produtora Semear Filmes, responsável por divulgar o edital e as inscrições para uso do espaço. A coordenação ficará a cargo do cineasta e professor do curso de Cinema e Audiovisual da Unifacha, Guto Neto.

“Ser coordenador deste espaço é uma honra. Eu sou professor e tentarei auxiliar de todas as formas. Cuidem e desfrutem ao máximo deste espaço, pois está incrível”, disse Guto.

Identidade cinematográfica de Maricá

Segundo o secretário Sady Bianchin, o novo estúdio vai ampliar a produção de filmes e curta-metragens, criando uma nova identidade cinematográfica para a cidade. “Maricá está criando uma identidade cinematográfica. Devemos ocupar espaços públicos e produzir arte e cultura em abundância. O novo estúdio vai revelar talentos e principalmente promover ainda mais cultura para a cidade”, afirmou.

Estúdio de audiovisual
Foto: Clarildo Menezes

Glauber Rocha: um gênio do Cinema Novo

Reverenciado como um dos maiores cineastas brasileiros, o baiano Glauber Rocha fundou, ao lado de nomes como Nelson Pereira dos Santos, Cacá Diegues e Ruy Guerra, o movimento Cinema Novo, marcado por forte crítica à desigualdade social e ao modelo americano de produção.

Entre suas obras-primas estão “Deus e o Diabo Na Terra do Sol” (1964), “Terra em Transe” (1967) e “O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro” (1968), frequentemente citadas entre os maiores filmes brasileiros de todos os tempos. Ao longo da carreira, Glauber realizou 19 produções e faleceu no Rio de Janeiro em 1981, aos 42 anos.